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PRECAUÇÃO

Seminário sobre a Rota Bioceânica destaca desafios para a saúde pública de MS

Abertura de novos mercados podem trazer doenças e outros patógenos para o estado

Abertura do evento foi realizado no auditório da Assomasul - Fernando de Carvalho/CBN-CG
Abertura do evento foi realizado no auditório da Assomasul - Fernando de Carvalho/CBN-CG

Rota Bioceânica, que promete revolucionar o comércio e o turismo em Mato Grosso do Sul, também trouxe à tona a necessidade de um olhar atento para a saúde pública. Em meio às expectativas de crescimento econômico e desenvolvimento, o primeiro encontro da Rede Estadual de Políticas Informadas por Evidências na Rota Bioceânica, realizado em Campo Grande, colocou em debate os desafios e as oportunidades para garantir a saúde da população.

A pesquisadora da Fiocruz em Mato Grosso do Sul, Sandra Leone, destacou a importância de construir uma rede de saúde robusta e eficiente, baseada em dados e evidências científicas. “A ideia é que a gente trabalhe saúde informada por evidência. Então, a gente trouxe esses dois pilares, um grupo de pessoas que trabalham com políticas informadas por evidência e um grupo que trabalha em saúde única, pensando amplo, envolvendo o ambiente, envolvendo animais, envolvendo a nossa vegetação, nosso bioma, que é o cerrado, o pantanal, e pensando na saúde da sociedade”, explicou.

O professor de medicina da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), Antônio José Grande, reforçou a importância da prevenção como estratégia para minimizar os possíveis impactos biossociais da Rota Bioceânica. “O seminário é muito importante para a gente começar a discutir prevenção, promoção à saúde na rota bioceânica. O governo, a iniciativa privada de modo geral e o governo em parceria precisa se preparar para esse nosso novo desafio”, afirmou.

O professor também alertou para o risco de introdução de novas doenças, um fenômeno histórico associado à abertura de novas rotas comerciais. “Isso é histórico. Toda vez que são abertas novas rotas de comércio, as doenças vinham junto, porque nós seres humanos carregamos elas junto com a gente. Então nós somos retores também de dança, não só os animais, etc.”, disse Grande.

Abertura do evento foi realizado no auditório da Assomasul. Foto: Fernando de Carvalho/CBN-CG