Os três cemitérios municipais de Campo Grande estão em funcionamento no feriado de Finados, que deve atrair mais de 20 mil pessoas aos locais particulares e municipais nesta terça-feira (2). Segundo informações da Guarda Civil Metropolitana (GCM), durante a manhã estavam previstos cerca de oito mil visitantes aos cemitérios Santo Antônio, Santo Amaro e Cruzeiro na capital. Dona Maria de Lourdes (69), é uma das pessoas que tem o costume de visitar o local todos os anos, desde 1969 quando a sogra faleceu. “Venho sempre fazer a limpeza da lápide e do túmulo. Pode ver que esse aqui do lado está abandonado porque há anos ninguém vem limpar, fora o vandalismo no local. A prefeitura deveria fazer mais manutenção no espaço pra não acontecer esse tipo de coisa”, destacou.
Conforme o encarregado de cemitério, Michael Wender, a responsabilidade pela limpeza da parte externa no cemitério, assim como o meio-fio e muros é da prefeitura de capital. “A Secretaria de infraestrutura faz a manutenção geral dos cemitérios, como nas ruas, além da capinação. Aqui é um cemitério antigo e tem algumas construções que não estão bem conservadas, porque cada responsável particular que tem seu título definitivo é responsável por fazer a pintura, colocar mármore, granito e outros adereços. É importante que a pessoa faça a limpeza do local e a higienização das mãos e equipamentos sempre que for utilizar alguma ferramenta, principalmente agora durante a pandemia”, alertou.
Construído há quase 150 anos, o “Santo Antônio” carrega diversas memórias. Logo na entrada, um dos primeiros túmulos é de uma família japonesa, onde uma espécie de altar foi erguido com fotos dos falecidos. De acordo com Michael, por ter na própria cultura o costume de homenagear os mortos, os descendentes orientais tem uma disciplina maior referente à limpeza e manutenção do espaço.“A própria cultura estabelece essa relação mais respeitosa com o finado. Independentemente de ser budista, os familiares têm uma consciência maior e diria até mais espiritual sobre a morte. Eles sempre limpam, decoram, fazem as orações e ajudam a manter o espaço limpo”, explicou.
Religiosos ou não, muitos visitantes também tem o costume de aparecer no local durante o Dia de Finados. Vinda de Curitiba com mais nove pessoas, Thayná Rodrigues de Carvalho, atua como evangelizadora através de uma organização missionária interdenominacional e internacional (Jocum). “Estamos em Campo Grande para fazer a parte prática do estudo teórico que iniciou há três meses. Já fomos para comunidades indígenas, hospitais e outras entidades levar a palavra de Deus. Viemos trazer um pouco de alegria às pessoas, através da oração, ouvindo um pouquinho da história delas e lembrando sempre que existe uma esperança acima de nós, Cristo”, afirmou.
Segundo informações da Guarda Civil Metropolitana (GCM), 38 viaturas entre carros e motos, foram enviados para a Operação Finados nos cemitérios municipais da cidade. Ao todo, 73 guardas também auxiliam na ação, além de um drone utilizado para monitorar os locais. Até a publicação desta reportagem não houve resposta referente à manutenção do local pela prefeitura de Campo Grande.