O Instituto SOS Pantanal, referência em pesquisa e dados do meio ambiente, publicou nota técnica recomendando a instalação de uma sala de situação e comando integrado para combater a seca e os incêndios no Pantanal, este ano.
Em entrevista ao Jornal CBN CG, o doutor em Ciências e Gestor em Recursos Hídricos e Manejo de Bacias Hidrográficas, Felipe Dias explicou como deve funcionar a ação conjunta entre estados que compreendem o bioma pantaneiro – Mato Grosso do Sul e Mato Grosso – órgãos federais e instituições privadas.
“Nós temos que trabalhar de forma conjunta, para que a gente possa minimizar os impactos do que está ocorrendo […] Normalmente quando existe algum tipo de crise os órgãos públicos instalam uma sala de situação que é para que de alguma forma, as instituições relacionadas aquele tema possam agir de forma integrada. O integrar aí é ir além do próprio estado em nível estadual e ir para o nível federal. Existem brigadas do ICMBio, do Ibama, com recursos humanos e equipamentos, os bombeiros idem e todos trabalham de uma forma meio que distante e juntar esses esforços você consegue obter melhores resultados”.
Segundo Dias, a análise da situação atual da Região Hidrográfica do Paraguai confirma o cenário de grave escassez hídrica que ameaça diversos usos da água no Pantanal. A seca prolongada impacta significativamente setores cruciais como abastecimento humano, navegação, geração hidrelétrica e atividades econômicas locais, incluindo pesca e turismo. Os níveis dos rios atingiram ou estão próximos dos mínimos históricos, indicando a urgência de medidas adaptativas. Adicionalmente, os riscos relacionados aos incêndios florestais são altos.
Segundo dados de monitoramento de incêndios florestais da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), durante o período de 01 de janeiro a 16 de junho de 2024, foi observado um aumento de 154,9% na área queimada do Bioma Cerrado/MS e um aumento de 1886,4% no bioma do Pantanal/MS em relação ao ano de 2023. Os municípios de Corumbá (82,6%), Aquidauana (8,0%) e Porto Murtinho (6,2%) concentram 96,8% dos focos de calor no Pantanal, conforme dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Acompanhe a entrevista completa.
CLIQUE AQUI e entre no canal de notícias da CBN CG