
A Santa Casa de Campo Grande enfrenta uma crise severa de superlotação e dificuldades financeiras, colocando em risco a continuidade dos atendimentos. Em entrevista ao programa Microfone Aberto nesta terça-feira (25), o diretor técnico do hospital, Dr. William Leite Lemos Júnior, destacou que a instituição opera acima da capacidade, com mais de 80 pacientes em um dos espaços, inicialmente projetado para 13 leitos.
Embora a unidade não tenha fechado as portas, um alerta foi emitido às autoridades sobre a impossibilidade de manter um atendimento adequado. “Os pacientes que já estão internados passam por desassistência. Precisamos recomendar a suspensão temporária dos encaminhamentos”, explicou o diretor.
Perfil dos pacientes e impacto da crise
Atendendo majoritariamente pacientes da capital (69%), a Santa Casa é referência em trauma, ortopedia, cardiologia e neurocirurgia. “A maior parte dos pacientes é composta por adultos jovens acidentados e idosos com doenças cerebrovasculares, como AVC”, afirmou Lemos.
A crise estrutural foi agravada pela falta de recursos. Uma reforma no pronto-socorro, iniciada para adequação às normas sanitárias, foi interrompida por falta de verba, obrigando pacientes a serem acomodados em corredores e na recepção da radiografia. “Infelizmente, os bolsões criados para momentos críticos já transbordaram”, revelou o diretor.
Falta de resposta e risco de colapso
Até o momento, nenhuma resposta oficial foi recebida das secretarias de saúde municipal e estadual. O Ministério Público, que acompanha a situação, também não apresentou soluções concretas. “O contrato está prorrogado até abril, mas uma solução definitiva precisa ser encontrada”, ressaltou Lemos.
Diante da escassez de recursos, o risco de paralisação total existe. “Se nada for feito, os recursos vão se esgotar. Sem medicamentos, materiais e profissionais, não há como manter o atendimento”, alertou o diretor.
Apelo por apoio e soluções urgentes
Como saída emergencial, o hospital busca apoio de outras unidades e da regulação para reduzir a sobrecarga. No entanto, Lemos destaca que a raiz do problema é financeira. “Atender pacientes custa dinheiro. Sem recursos, internações se prolongam e novos pacientes não conseguem atendimento”, afirmou.
Por fim, o diretor reforçou o pedido de ajuda. “A Santa Casa pede socorro. Precisamos do olhar atento do gestor público para garantir que os atendimentos continuem”, concluiu.
Confira a entrevista completa: