Para lembrar da importância do Teste do Pezinho, o Instituto de Pesquisas, Ensino e Diagnósticos da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Campo Grande (Iped/Apae), promove nesta quinta-feira (6) o 'Dia D' do exame, também chamado de Triagem Neonatal.
O Teste do Pezinho é feito a partir de algumas gotinhas do sangue coletado do calcanhar do recém nascido, sendo possível identificar de forma precoce doenças metabólicas, genéticas e infecciosas como o hipotireoidismo congênito, a fenilcetonúria e outras doenças graves. O teste precisa ser feito entre o 3° e o 5° dia de vida do bebê.
“Com a realização do exame no tempo correto, conseguimos evitar muitas sequelas e até salvar vidas. Portando, queremos convidar a todos para conhecer os serviços que oferecemos pelo SUS e nos ajudar na divulgação desse exame essencial para os bebês”, afirmou a coordenadora técnica do instituto, Josaine Palmieri.
Em Mato Grosso do Sul, o Iped/Apae é referência no exame, sendo realizadas mais de 600 coletas por semana, em média. Todo recém-nascido tem direito ao Teste do Pezinho, que é oferecido gratuitamente, pois é uma estratégia da rede pública de saúde fundamental para diminuir a morbimortalidade infantil, uma vez que possibilita detectar doenças antes mesmo dos sintomas se apresentarem.
O problema é que, em Mato Grosso do Sul, o exame ampliado ainda não está disponível pelo Sistema Único de Saúde (SUS) mesmo três anos após a aprovação da Lei 14.154/21, sancionada em maio de 2021. O texto entrou em vigor em 2022 , ampliando de 7 para 52 o número de doenças que podem ser rastreadas pelo Teste do Pezinho e, assim, contribuindo para a redução da mortalidade infantil.
Conforme dados do Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN), MS ainda está na primeira fase de ampliação do Teste do Pezinho, que contempla a detecção de sete doenças. No Brasil, apenas o Distrito Federal faz a testagem completa pela rede pública de saúde.
Nossa reportagem entrou em contato com a Secretaria de Saúde do Estado (SES-MS) para saber quando o exame ampliado será ofertado pelo SUS e aguarda o retorno.
Fases de ampliação dos exames pelo PNTN
Etapa 1: fenilcetonúria e outras hiperfenilalaninemias; hipotireoidismo congênito; doença falciforme e outras hemoglobinopatias; fibrose cística; hiperplasia adrenal congênita; deficiência de biotinidase e toxoplasmose congênita.
Etapa 2: galactosemias; aminoacidopatias; distúrbios do ciclo da ureia e distúrbios da betaoxidação dos ácidos graxos.
Etapa 3: doenças lisossômicas.
Etapa 4: imunodeficiências primárias.
Etapa 5: atrofia muscular espinhal.
SERVIÇO
No stand do Iped/Apae localizado no Shopping Norte Sul Plaza, ao lado da Lojas Renner, estão sendo realizados atendimentos para Teste do Pezinho, aferição de pressão arterial, bioimpedância e repassadas informações sobre o exame e as doenças detectadas..
Instituto de Pesquisas, Ensino e Diagnósticos da Apae
O Iped/Apae possui equipe multiprofissional que proporciona aos bebês com os exames alterados, o tratamento e o acompanhamento necessários, por meio de um ambulatório. Essa equipe conta com endocrinologista, pediatra, hematologista, pneumologista, assistente social, psicólogo, nutricionista, gastropediatra e adulto, fisioterapeuta, infectopediatra e geneticista.
Atualmente, 450 pessoas, entre adultos e crianças, estão em acompanhamento pela Triagem Neonatal no ambulatório. Dentre os pacientes, dez foram diagnosticados para fibrose cística, por meio do Teste do Suor, já adultos.
O Instituto de Pesquisas, Ensino e Diagnósticos da Apae de Campo Grande foi fundado em 1997 e a sede está localizada na Rua Estêvão Capriata, na Vila Progresso.
Uma unidade avançada de coleta também foi instalada na esquina da Maternidade Cândido Mariano, no centro da Capital.