O quadro CBN e Acrissul no Agro, recebeu o pecuarista Ronan Salgueiro que falou sobre a suspensão da exportação de carne bovina de fêmeas para a União Europeia e Reino Unido. A decisão afeta diretamente o setor agropecuário e gera preocupação entre os produtores com rebanhos certificados no Sisbov.
Salgueiro destacou que o ponto mais alarmante é o prazo dessa suspensão, já que muitos pecuaristas estão com lotes prontos para o abate. "O que mais assusta é a questão do prazo. Muitos pecuaristas estão preparando seus lotes para abate", afirmou. Ele também ressaltou que essa medida, que atinge cerca de 15% da produção, terá um impacto significativo não apenas para os produtores, mas para o Brasil como um todo: "15% não é pouca coisa, e de quem a Europa vai comprar agora?"
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) publicou nesta semana o Ofício Circular Nº 24/2024, estabelecendo que, a partir da primeira semana de outubro, apenas carnes provenientes de machos serão elegíveis para exportação à União Europeia e Reino Unido. A suspensão permanecerá em vigor até que um protocolo que garanta que as fêmeas não tenham sido tratadas com ésteres de estradiol seja implementado.
Salgueiro argumentou que o uso de estradiol em bovinos, especialmente na Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF), é uma prática segura e amplamente utilizada no Brasil. "São medicações que não fazem mal, é um uso normal", disse. Ele ainda afirmou que retroceder no uso do estradiol seria inviável, considerando os avanços obtidos pelo setor com essa tecnologia.
A preocupação de Salgueiro reflete o sentimento de muitos pecuaristas que enfrentam incertezas sobre como essa medida impactará o mercado interno e as exportações do Brasil. A suspensão é uma tentativa de adaptação às exigências internacionais, mas o prazo curto e a falta de alternativas claras para os produtores levantam questões sobre o futuro da cadeia produtiva.
Confira a entrevista completa, com Ronan Salgueiro: