O transtorno bipolar é o distúrbio dos polos de comportamento. De acordo com dados – de 2019 – da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 140 milhões de pessoas no mundo sofrem com a situação.
De origem genética, a doença se manifesta especialmente em fases hormonais da vida, o que pode ajudar a mascarar sintomas. Os jovens, sobretudo com idade entre 15 e 25 anos são afetados. No entanto, o último estudo epidemiológico do distúrbio apontou para um pico tardio entre 45 e 55 anos.
Segundo o psiquiatra, Juberty Antônio de Souza, isso pode ser explicado justamente pelo pico hormonal da adolescência e na menopausa.
“As mulheres são as mais afetadas. A cada duas mulheres, um homem é afetado […] Ainda nestas fases da vida comportamentos típicos de adolescentes mais introspectivos, ou exagerados, o que a muita gente chama de ‘aborrescência’ , pode desviar o diagnóstico. Mas tristeza excessiva, ou euforia exagerada servem de alerta”.
Segundo o médico, a atenção da família e de pessoas mais próximas é fundamental para apontar comportamentos. Mesmo sendo delicado e muitas vezes invasivo, é importante ter sinceridade em apontar sintomas, esclarece Souza.
Um dos principais problemas em torno do assunto é o preconceito. De acordo com o médico, o deprimido geralmente é tratado como preguiçoso. “Ainda há muito preconceito. O distúrbio tem a carga de oscilação de extremos de sintomas euforia, depressivo e regularidade, o que a gente chama de trilegal. Com tratamento químico na estabilização do humor e psicoterapia é possível equilibrar a vida”. Acompanhe a entrevista completa.