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Valor da tarifa sobe e usuário não vê melhorias

Serviço de transporte coletivo da Capital não tem qualidade equiparada ao valor da passagem, reclamam usuários

População reclama da falta de qualidade na prestação do serviço - Foto: Arquivo/CBN-CG
População reclama da falta de qualidade na prestação do serviço - Foto: Arquivo/CBN-CG

Quem depende do transporte público coletivo na capital sul-mato-grossense reclamou do último reajuste tarifário ocorrido nesta semana e que passa a valer a partir desta sexta-feira (15).

A portaria da Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos (Agereg) determinando o aumento foi publicada no Diário Oficial do Município desta quinta-feira (14) e faz parte do processo de reajuste tarifário anual previsto no contrato de concessão do serviço.

O aumento concedido foi de 2,94% e, com isso, o preço da passagem no transporte coletivo urbano de Campo Grande passou de R$ 4,65 para R$ 4,75

Esse reajuste ocorre, geralmente, em outubro, mas foi adiado por conta de uma briga judicial, na qual o Consórcio Guaicurus, responsável pela prestação do serviço, exige uma revisão tarifária dos últimos sete anos, o que poderia aumentar a tarifa para até R$ 7,80. A prefeitura conseguiu uma liminar para evitar a revisão e o processo ainda não foi concluído. 

A portaria da Agereg também estipulou que, em sete datas especiais, a tarifa diferenciada terá o valor de R$ 1,90, para quem pagar a passagem com cartão eletrônico recarregável. Sendo consideradas datas especiais os dias do Trabalho, das Mães, dos Pais, Aniversário de Campo Grande, de Finados, Natal e Ano Novo.

INSATISFAÇÃO

A nossa capital deveria ter um transporte de qualidade e não esse serviço precário, com ônibus quebrando a toda hora”, reclama o trabalhador João Mário da Silva. Ele usa o serviço diariamente, há dez anos e comenta que não vê melhorias.

"Piora a cada ano que passa, e só tem aumento da tarifa, nada de melhoria. Ônibus sucateado, ônibus sem ar-condicionado, atraso. A gente fica no ponto de ônibus muito tempo, os ônibus são lotados porque não colocam mais ônibus nas linhas. Pra mim, esse aumento não é justificável. Eu acredito no transporte público, mas que seja eficiente, que a gestão do serviço de transporte público traga melhorias realmente que beneficiem os usuários do transporte público. E Campo Grande tem uma grande capacidade para ter um transporte público de primeira, mas, infelizmente, agora eles não oferecem um transporte público bom", desabafa João Mário.

O universitário Carlos Eduardo Fernandes também aponta atrasos nas linhas, a superlotação e a falta de qualidade dos veículos como problemas recorrentes no transporte público de Campo Grande. “Me causa indignação ver mais esse aumento de tarifa, especialmente porque não existe uma melhora correspondente na qualidade do serviço”, concluiu.

O Consórcio Guaicurus alega prejuízos devido ao desequilíbrio econômico-financeiro do contrato, o que não teria sido comprovado ao longo do processo judicial.  O grupo de empresas administra o transporte coletivo de Campo Grande desde 2013, quando o valor cobrado pela tarifa era de R$ 2,75.