O titular da titular da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, apresentou durante o Fórum Agro um panorama detalhado do cenário econômico e industrial de Mato Grosso do Sul.
Em sua fala, Verruck reforçou que o Estado é, hoje, uma das regiões mais atrativas do Brasil para grandes grupos internacionais, com destaque para a consolidação do chamado “Vale da Celulose”, que transforma MS em polo global de inovação e produtividade florestal.
“Nós criamos um ambiente profissional, sem burocracia, com segurança jurídica e equilíbrio fiscal. Hoje, o Mato Grosso do Sul é competitivo, confiável e tem condições de abrigar qualquer negócio global”, destacou Verruck, ao citar a fala do CEO mundial do Grupo Arauco, que investe R$ 4,6 bilhões no Estado.
Crescimento com estratégia e dados
Segundo o secretário, Mato Grosso do Sul atingiu um marco importante: 64% da população economicamente ativa está ocupada e o Estado tem uma das menores taxas de desemprego do país, com apenas 3,4%.
O equilíbrio fiscal e a alta capacidade de investimento público, com índice de 15,3% da receita, são os pilares que sustentam essa trajetória.
“Nenhum desses números é sorte. É estratégia, é organização. O Estado investe, planeja e age para criar esse cenário favorável ao desenvolvimento”, reforçou.
Vale da Celulose: o novo cluster global
Jaime Verruck apresentou o avanço da silvicultura e a consolidação do Vale da Celulose, com cinco indústrias já em operação ou construção no Estado, e duas novas unidades em fase de anúncio — uma delas prevista ainda para o mês de maio.
Além da produção em larga escala, o Estado é líder mundial em produtividade de eucalipto e inovação tecnológica na cadeia de celulose. MS se prepara agora para verticalizar a produção com novas plantas voltadas à fabricação de papel e derivados.
“O mundo pergunta por que chamamos de Vale da Celulose. Porque temos o estado da arte da tecnologia nesse setor: clonagem, produtividade, sanidade florestal. Falta apenas a logística ideal, e estamos resolvendo com os investimentos em ferrovias.”
Investimentos com responsabilidade social
Verruck também alertou sobre as “dores do crescimento”. Com o aumento expressivo na geração de empregos, surgem desafios como a falta de moradia, infraestrutura urbana e qualificação.
“Temos mais de 3 mil trabalhadores morando em alojamentos improvisados. Estamos negociando com as empresas contrapartidas sociais — como a Arauco, que investirá R$ 100 milhões em escolas, hospital e segurança pública em função do impacto da obra”, explicou.
Sustentabilidade como trunfo na COP 30
O secretário reforçou o papel de MS na agenda ambiental global. O Estado irá apresentar na COP 30, em Belém, um levantamento técnico com dados que comprovam a intensificação sustentável da pecuária — com redução de áreas de pastagem, aumento de produtividade e crescimento da reserva legal em 150 mil hectares.
“Retiramos mais de 4 milhões de hectares de pastagens e ainda assim aumentamos os abates e reduzimos a idade média dos animais. Isso é sustentabilidade com resultado”, frisou.
MS também lidera no uso racional da água com o programa MS Rio e busca ampliar áreas irrigadas com um sistema ágil de outorga. A matriz energética do Estado é 94% limpa, com autossuficiência e capacidade de exportação.
Nova rota de crescimento e comércio exterior
O secretário confirmou que Mato Grosso do Sul exportou, só para os Estados Unidos, mais de US$ 700 milhões em 2023, sendo o segundo maior parceiro comercial do Estado. A China lidera, com 51% da pauta exportadora, focada em carne, celulose e óleos.
Com isso, o governo organiza uma missão para o continente asiático em agosto, passando por Japão, Índia e Singapura, com o objetivo de ampliar mercados e atrair novos investimentos.
ático em agosto, passando por Japão, Índia e Singapura, com o objetivo de ampliar mercados e atrair novos investimentos.
“A Rota Bioceânica também se insere nessa estratégia. Nosso principal cliente já está do outro lado do oceano. Vamos aproveitar essa vantagem geográfica com logística eficiente e menos burocracia”, concluiu Verruck.