A sessão ordinária da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems), realizada nesta terça-feira (29), foi interrompida após um intenso bate-boca entre parlamentares, motivado por divergências em torno da atuação da polícia na desocupação de uma propriedade rural no estado.
O ponto de partida do conflito foi a apresentação de moções opostas. O deputado João Henrique (PL) propôs uma moção de aplausos à ação da polícia. Em contrapartida, Zeca do PT apresentou uma moção de repúdio ao ocorrido. Em seguida, Coronel David (PL) também apresentou sua moção, desta vez contra o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), criticando ações que, segundo ele, causam transtornos à população.
A deputada Gleice Jane (PT) questionou se o posicionamento de Coronel David se aplicava também aos grupos que acamparam por meses em frente a quartéis, em atos antidemocráticos. Em resposta, o deputado afirmou que a atuação da polícia é baseada em legalidade e não em motivações políticas.
Zeca do PT, ex-governador do estado, rebateu com veemência. Para ele, o argumento da legalidade era “balela”, já que, segundo afirmou, pessoas acamparam durante quatro meses para tentar um golpe contra a democracia sem que houvesse qualquer reação da polícia.
“A droga da polícia não fez nada, porque não teve ordem do governo”, declarou.
A fala inflamou o debate. Coronel David reagiu imediatamente, defendendo a corporação e atacando o partido do adversário.
“Droga é o partido que o senhor representa”, disse, antes de finalizar com um categórico: “droga é o senhor”.
Escalada das Discussões e Suspensão da Sessão
Com a escalada das discussões, a sessão se tornou incontrolável. Foram registrados diversos pedidos de “pela ordem”, em uma sessão onde claramente a ordem se perdeu. Diante do tumulto, o vice-presidente da Casa, Renato Câmara (MDB), que presidia os trabalhos, decidiu suspender os debates.
A suspensão foi adotada como medida para conter os ânimos exaltados, diante da falta de consenso e do clima hostil instaurado no plenário.
Após o retorno da sessão, os parlamentares seguiram com o pequeno expediente, sem retomar o debate acalorado, encerrando o momento de tensão sem resolução definitiva.