RÁDIOS
Campo Grande, 07 de setembro

Com número alto de afastamentos, TRT/MS realiza ação social

Em 2023, o Tribunal recebeu quase 6 mil ações referentes a acidentes de trabalho e doenças ocupacionais

Por Mateus Adriano
26/07/2024 • 10h00
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O Tribunal Regional do Trabalho de Mato Grosso do Sul, (TRT/MS), recebeu no ano passado quase 6 mil processos referentes a acidentes de trabalho ou doenças ocupacionais, que são aquelas doenças que surgiram ou que foram agravadas por conta da atividade profissional exercida.

As doenças ocupacionais, inclusive, afastam mais pessoas do trabalho do que os acidentes. Foram 3.261 notificações em 2023. Este ano, quem sentiu isso na pele foi a estudante Gabriela Gonçalves. O diagnóstico? Burnout, a síndrome do esgotamento profissional.

“Foram vários fatores de stress na minha vida que se juntaram e se transformaram em algo assim meio que inevitável. A crise foi um dia que eu fui trabalhar. Uma coisa simples, uma correção do dia a dia, me deu um gatilho daquilo tudo, daquele estresse que estava dentro de mim e eu comecei a chorar e não conseguia explicar paras pessoas o porquê eu estava chorando. Como uma crise de ansiedade mesmo”.

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Os dias de afastamento não foram fáceis, mas hoje ela percebe que o período foi importante para recuperar a saúde mental.

“Você não quer se ver nessa posição, pelo menos eu não queria me ver nessa posição de vítima ou de quem precisava assumir que eu não tinha dado conta. É muito difícil assumir que você não deu conta daquilo, mesmo que seja simples você acaba diminuindo aquilo que você passou e não quer se ver nessa posição de uma pessoa que tem uma dificuldade, um problema psicológico. Mas foi o tempo que eu comecei a medicação e fui melhorando, tirando a minha cabeça daquele estresse”.

Os acidentes também afastam milhares de pessoas do trabalho. Nos últimos 10 anos já foram gastos cerca de R$ 387 mi com auxílio-doença por acidente de trabalho em Mato Grosso do Sul.  Os dados mais recentes, em relação ao tema, são referentes ao ano de 2022 e apontam 10 mil ocorrências. 70% são homens, como explica a juíza do trabalho Hella de Fátima Maeda.

“Normalmente eles estão envolvidos em atividades que envolvem um grau maior de risco. A construção civil, por exemplo, que é uma área que nós podemos identificar uma grande quantidade de acidentes de trabalho, é desenvolvida em sua grande maioria por homens”.

O setor com mais acidentes é o de atendimento hospitalar, com enfermeiros e técnicos de enfermagem somando 857 ocorrências. Logo atrás vem alimentador de linha de produção (404), faxineiro (267), motorista de caminhão (250), trabalhador agropecuário (154) e coletor de lixo domiciliar (153). Já as vítimas fatais atuavam em atividades como motorista de caminhão e de ônibus rodoviário, caldeireiro, soldador, pedreiro, operador de máquinas de construção civil e mineração. Ao todo 58 pessoas morreram por conta de acidentes de trabalho em 2022.

Segundo a juíza Hella Maeda, que também é gestora do Programa Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalho, essa é a melhor maneira de diminuir o número de casos.

“É necessário que seja observada a legislação relativa à segurança e saúde de um trabalho. É que o empregador observe essas regras, que elas sejam cumpridas. Que sejam fornecidos equipamentos de proteção individual, que seja fornecido o treinamento adequado, que haja uma fiscalização com relação ao uso desses equipamentos de proteção. Além disso é dever também do trabalhador utilizar esses equipamentos de proteção e observar as diretivas do empregador com relação ao treinamento que foi passado”.

E para orientar e conscientizar os trabalhadores, o TRT/MS vai promover uma Ação Social. “O objetivo é, de fato, chamar a atenção, despertar a atenção da sociedade de modo geral, dos cidadãos, sobre a importância desse tema. No dia 27 de julho, nós temos o Dia Nacional da Prevenção de Acidentes e Doenças Ocupacionais. Então o objetivo é despertar a atenção para a importância de se observar as regras de segurança e saúde no ambiente de trabalho, de se proteger de fato a saúde e a integridade física do trabalhador.

Como diz a juíza, trabalho deve ser “instrumento de dignificação de todos e não causa de morte e doenças”.

A ação acontece na Praça Ary Coelho, das 12h às 17h. Serão oferecidos serviços como aferição de pressão e glicemia, além de orientações jurídicas e de saúde.

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