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Campo Grande, 06 de julho

Fiocruz alerta para aumento da obesidade entre crianças e adolescentes

Pesquisa aponta tendência de agravamento dos casos entre 5 e 19 anos de idade; cientistas recomendam a implantação urgente de políticas públicas

Por Redação CBN-CG
02/07/2024 • 16h00
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Uma nova pesquisa apresentada no Congresso Internacional sobre Obesidade deste ano (ICO2024) realizada na semana passada em São Paulo, mostra que, mantidas as tendências atuais, as taxas de obesidade aumentarão em meninos e meninas de todas as idades nos próximos 20 anos, com previsão de alcançar 24% entre aquelas de 5 a 9 anos, 15% entre as de 10 a 14 anos e 12% entre os adolescentes de 15 a 19 anos, até 2044.

O estudo foi conduzido pelos pesquisadores Ana Carolina Rocha de Oliveira, do Instituto Desiderata, do Rio de Janeiro, Eduardo Nilson, do Programa de Alimentação, Nutrição e Cultura (Palin) da Fiocruz Brasília, em parceria com outros especialistas.

Estatísticas indicam que, se comparadas às crianças com peso normal, crianças com excesso de peso são mais propensas a desenvolver problemas de saúde quando jovens, como diabetes tipo 2, asma, hipertensão e distúrbios metabólicos.

Contudo, a carga epidemiológica da obesidade em crianças e adolescentes no Brasil, em anos futuros, ainda não havia sido projetada. Assim, o objetivo do estudo foi fornecer as tendências esperadas no aumento da obesidade infantojuvenil no país no período de 2024 a 2044.

Os pesquisadores fizeram um estudo de modelagem, que estimou as tendências nacionais da obesidade infantojuvenil de 2024 a 2044 com base nas tendências dos grupos de estudo brasileiros. A projeção de como o Índice de Massa Corporal (IMC) mudará ao longo do tempo para crianças, adolescentes e adultos revelou que o aumento médio do IMC para cada faixa etária continuaria nos próximos 20 anos.

Nos próximos 20 anos (até 2044), os autores preveem que, se nada for feito, a prevalência de obesidade infantojuvenil aumentará em todas as faixas etárias para ambos os sexos, seguindo os padrões observados em grupos de estudo brasileiros de 1985 a 2019.

Estima-se que a prevalência de obesidade em meninos de 5 a 9 anos aumente dos atuais 22,1% para 28,6% em 2044, enquanto nas meninas dessa faixa etária a projeção é que aumente de 13,6% para 18,5%.

No mesmo período de 20 anos, a porcentagem de meninos de 10 a 14 anos vivendo com obesidade aumentará de 7,9% para 17,6%, enquanto a porcentagem de meninas com obesidade na mesma faixa etária aumentará de 7,9% para 11,6%.

Já a prevalência de obesidade entre os meninos na faixa etária de 15 a 19 anos aumentará de 8,6% para 12,4% nos próximos 20 anos, enquanto a prevalência entre as meninas dessa idade aumentará de 7,6% para 11,0%.

Os resultados do estudo apoiam a necessidade urgente de políticas públicas para prevenir e tratar o sobrepeso e a obesidade no Sistema Único de Saúde (SUS) e demonstram prováveis impactos epidemiológicos da obesidade infantojuvenil no Brasil, se não forem tomadas medidas apropriadas. Além de abordagens no âmbito do SUS, para resolver efetivamente essa questão, é essencial implementar políticas fiscais e regulatórias que promovam ambientes alimentares mais saudáveis, especialmente para crianças e adolescentes”, afirmam os autores da pesquisa.

*Com informações da Fundação Oswaldo Cruz

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