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Campo Grande, 19 de setembro

PF cumpre mandados contra acusados de crimes financeiros e lavagem de dinheiro

Duas prisões foram realizadas na fronteira com o Paraguai em operação que mobiliza policiais em cinco estados; quadrilha teve R$ 82 milhões bloqueados

Por Redação CBN-CG
17/09/2024 • 14h15
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A Polícia Federal deflagrou, nesta terça-feira (17/9), a Operação Vagus, para combater uma 'rede criminosa de abrangência internacional' responsável por crimes contra o sistema financeiro, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

A ação envolve 190 policiais federais para executar 34 mandados de busca e apreensão, seis mandados de prisão preventiva, quatro de prisão temporária, além de outras medidas cautelares, em cinco estados.

As ordens judiciais estão sendo cumpridas nas cidades de Ponta Porã, em Mato Grosso do Sul; Curitiba e São José dos Pinhais, no Paraná; São Paulo e São Caetano do Sul (SP); Natal, no Rio Grande do Norte; e nas cidades gaúchas de Chuí, Bagé e Aceguá, no Rio Grande do Sul. (Veja fotos abaixo)

Na ação foram apreendidos R$ 7 milhões em moeda nacional e estrangeira e, até o momento, dos dez mandados de prisão, cinco foram cumpridos.

Tiago Martti, no detalhe, e casa onde se escondia, em Pedro Juan Caballero (PY)Tiago Martti, no detalhe, e casa onde foi localizado no Paraguai - Foto:Divulgação/Senad

Duas prisões foram realizadas pela Polícia Federal de Mato Grosso do Sul, uma delas com apoio da Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai (Senad), que recapturou um dos principais alvos na cidade de Pedro Juan Caballero. Tiago Godoy Martti, 26 anos, é apontado como integrante do PCC (Primeiro Comando da Capital) que operava a lavagem de dinheiro.

A Justiça Federal também autorizou o bloqueio de mais de R$ 82 milhões em bens relacionados aos grupos criminosos. A investigação se concentra em cinco núcleos autônomos que teriam movimentado, ao longo de dois anos, esse montante de origem ilícita, em grande parte, proveniente de câmbio ilegal e tráfico de drogas.

O esquema de lavagem de dinheiro de amplitude internacional envolve bancos paralelos que se utilizam de pessoas físicas e jurídicas para movimentação de recursos de origem ilícita, direcionando depósitos e transferências bancárias para terceiros utilizados como laranjas e para comércios, principalmente supermercados, sediados em regiões de fronteira do Brasil.

Posteriormente, os recursos são evadidos para casas de câmbio no exterior e permanecem à disposição das organizações criminosas.

A Operação Vagus é um desdobramento da Operação Operador Fenício II, deflagrada em novembro de 2022, que investigou crimes financeiros perpetrados na região fronteiriça entre Brasil e Uruguai. 

Mesmo depois de realizadas ações policiais, as atividades ilícitas persistiram, o que resultou na identificação de novos atores e núcleos componentes de uma rede criminosa internacional voltada para a lavagem de ativos ilícitos provenientes de diversos crimes.

O jornalismo da Rádio CBN Campo Grande não conseguiu contato com a defesa de Tiago Godoy Martti.

Vagus

O nome da operação, que em latim significa “errante”, faz alusão ao comportamento de um dos investigados que, segundo a apuração, realizava frequentes deslocamentos pelo Brasil para fazer depósitos em espécie diretamente em agências bancárias.

 

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