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Campo Grande, 02 de julho

Satélites da NASA auxiliam monitoramento de incêndios no Pantanal

A plataforma é pública, está disponível na internet e é utilizada pelo Corpo de Bombeiros Militar de MS junto à outras tecnologias no Centro Integrado de Comando e Controle, na Capital

Por Gerson Wassouf
20/06/2024 • 09h00
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Alguns especialistas já estão equiparando a situação atual no Pantanal ao episódio de 2020, quando foram registrados os maiores incêndios no bioma. Mas, por outro lado, algumas ações estão sendo realizadas para monitorar as áreas e contribuir para reduzir os impactos negativos. Entre elas, está o monitoramento. 

Atualmente existem três centrais de monitoramento do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul: uma em Corumbá, outra no Parque das Nações Indígenas e, ainda, uma dentro do Comando-Geral da Polícia Militar, o Centro Integrado de Comando e Controle do Mato Grosso do Sul (CICC). No local, em Campo Grande, o auxílio internacional se dá por meio de imagens de satélite da Nasa, a Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço dos Estados Unidos. 

A tenente-coronel do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul, Tatiane Dias de Oliveira Inoue explica sobre o monitoramento que é feito no Pantanal, a partir da equipe em Campo Grande.

Tenente-Coronel, Tatiane Dias de Oliveira Inoue

"A gente consegue monitorar todo o estado de Mato Grosso do Sul a partir dessa 'Sala de Situação' com as plataformas disponíveis. Temos as imagens de focos de calor pelos satélites da NASA, não necessariamente são incêndios, mas aqui a gente pode ver os lugares que nós estamos combatendo incêndios no Pantanal e conseguimos nos organizar para atuar melhor em campo", afirmou.

Ainda segundo a tenente-coronel, há diversas outras plataformas disponíveis e, entre elas, está o Google Maps, que mostra a estrutura disponibilizada para a Operação Pantanal 2024. No mapa, os pontos azuis são locais de base do Corpo de Bombeiros e contam com profissionais em atuação constante na primeira resposta aos incêndios. Atualmente, há 13 bases avançadas no Pantanal e que proporcionam o combate mais efetivo com menor tempo de resposta.

"Já conseguimos um fator positivo nessa temporada, como o exemplo do incêndio que nós acompanhamos pelas plataformas em abril. Ele iniciou no estado vizinho, Mato Grosso e foi fluindo até chegar próximo à margem do rio São Lourenço, ao norte de Mato Grosso. Então nós antecipamos uma base avançada naquele local, eles auxiliaram o combate com as equipes do Mato Grosso que já estavam no local e, por conta das condições atmosféricas extremas, quando o fogo ultrapassou a margem para o Mato Grosso do Sul, foram apenas nove hectares acometidos. Se nós fôssemos deslocar nossas estruturas a partir de Corumbá, aquela cidade de referência nossa no Pantanal, essa estrutura estaria em combate aproximadamente em 24 horas. Isso daria uma progressão de incêndio naquele local de mais de 200 hectares. Então conseguimos conservar toda essa área para não ser atingida", contou.

Telas disponíveis para atuação do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul no Centro Integrando de Comando e Controle

E há também outras plataformas utilizadas pelos bombeiros para monitoramento do clima. Na tela é possível acompanhar direção e velocidade do vento, de acordo com o dia e hora. "Nos períodos mais críticos, a gente encontra geralmente, das 11h às 15h, rajadas de vento de mais de 60 km por hora aqui em Mato Grosso do Sul, o que facilita a propagação dos incentivos florestais", disse a tenente-coronel.

A previsão climática para os próximos dias é uma das preocupações para quem atua no combate aos incêndios, já que a falta de chuva, ventos fortes e altas temperaturas dificultam o trabalho e facilitam a propagação do fogo. As chuvas já estão reduzidas desde o fim de 2023 e podem ficar ainda mais escassas, intensificando o período de seca e aumentando o risco de incêndios florestais.

A previsão para os próximos dias, de acordo com o Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul (Cemtec), indica continuidade do tempo quente e seco na maior parte de Mato Grosso do Sul. A probabilidade é de temperaturas acima dos 30°C e 32°C, aliadas à baixa umidade relativa do ar.

A tenente-coronel Tatiane também falou sobre as frentes de combate em atuação no Pantanal e mostrou mais sobre a situação em regiões com foco de calor a partir das imagens de satélite.

"Nós temos mais de 100 combatentes hoje no terreno e por análise dos focos de calor e os pontos de grandes incêndios no Pantanal, nós estamos com cinco frentes. Nós encontramos uma área de combate rio acima da zona urbana de Corumbá, uma área de monitoramento. No Rabicho, nessa região também temos o combate. Hoje já entrou uma outra região mais próxima à zona urbana de Ladário, que também tem a atividade de combate a incêndio e também na área conhecida como a região ali próximo ao Porto da Manga, que ultrapassou a estrada Parque. Nós temos nossas equipes lá trabalhando. E mais um monitoramento próximo a Porto Mortinho, de combate também naquele local", concluiu a oficial.

O CICC

Sede do CICC, no Comando-Geral da Polícia Militar de MS

Instalado no Centro Integrado de Operações de Segurança (CIOPS), na sede do Comando-Geral da Polícia Militar do Estado em Campo Grande, o Centro Integrado de Comando e Controle do Mato Grosso do Sul (CICC) está em funcionamento desde maio de 2021. A obra teve investimento de R$ 3,5 milhões e, além de integrar Mato Grosso do Sul com o Centro Integrado de Comando e Controle Nacional (CICC-N) em Brasília, a estrutura é utilizada para o desenvolvimento de atividades de apoio operacional e técnico.

Confira as informações em vídeo:

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