RÁDIOS
Campo Grande, 17 de setembro

Temperaturas registradas em agosto e setembro são as maiores dos últimos 50 anos 

Os termômetros têm registrado cerca de 40 graus no estado

Por Karina Anunciato
11/09/2024 • 10h00
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O período de estiagem em Mato Grosso do Sul é mais um fator favorável para a permanência de queimadas no estado. Com a secura, o capim seco incendeia rapidamente liberando fumaça e fuligem no ar prejudicando também a qualidade do ar. Adicionado ao cenário propício aos desastres ambientais, as altas temperaturas registradas nos últimos meses são as maiores dos últimos 50 anos.

“Estas temperaturas máximas consideradas atípicas são inacreditavelmente elevadas e só se comparando com os eventos do mês de agosto e setembro de 1974. Temperaturas acima de 40 graus ou até de 41 ou 42 graus estão ocorrendo principalmente nos municípios das regiões leste e oeste do estado. Três lagoas, Água Clara, Ribas, Aquidauana e Corumbá e também a região norte entre Sonora, Pedro Gomes e também Alcinópolis, essas temperaturas dos dois últimos dias estão ultrapassando os 41 graus”, explicou o meteorologista da Uniderp, Natálio Abrahão.

Aliada a condição térmica elevada, a população sul-mato-grossense tem sofrido também com a falta de chuva. “Nós estamos com alguns municípios com ausência de chuvas significativas há mais de 100 dias. Outros municípios receberam volumes insignificantes. No entanto, essas altas temperaturas já demandam mais de 10 dias em vista da presença de uma massa de ar quente e seca atingindo não só todo o Centro-Oeste como todo o país", relata o meteorologista.

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Os municípios mais secos no estado, segundo o Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima em Mato Grosso do Sul, estão na região norte. De acordo com o meteorologista do Cemtec, Vinícius Sperling, por lá a umidade do ar ficou abaixo de 10%.

“Duas cidades do Mato Grosso do Sul ficaram no ranking nacional das cidades mais secas do país, registrando umidade de 7% em Coxim e em Sonora. Na capital, Campo Grande, a umidade relativa do ar variou nos últimos dois dias entre 11% e 12%. Todas essas condições estão aliadas às temperaturas altíssimas, entre 38 e 42 graus, em grande parte do estado do Mato Grosso do Sul”.

A condição do tempo e a secura têm contribuído para o aumento de chamadas de socorro de combate às queimadas na área urbana. Segundo o Corpo de Bombeiros, na Capital, nos dias 7, 8 e 9 de setembro, foram registradas 180 ocorrências de queimadas urbanas na cidade.

De acordo com o coordenador da estação de monitoramento da qualidade do ar da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Widinei Alves Fernandes, apesar do cenário acinzentado do ambiente, a situação agora é um pouco melhor do que o registrado na última semana. O que mudou neste momento foi a influência da origem da fumaça que permanece impactando a qualidade do ar.

“O que mudou neste momento foi a influência da origem da fumaça, que permanece impactando a qualidade do ar. As queimadas que estão nos influenciando no dia de hoje, elas são provenientes de Goiás, dá pra notar pelas imagens de satélite aí, porque os ventos estão vindo de Nordeste, então a pluma que está alcançando a cidade de Campo Grande, são provenientes principalmente dessa região de Goiás, dessa região um pouco de Minas Gerais também. São Paulo não é, neste momento, do Amazonas, mas essa condição provavelmente deve mudar nos próximos dias”.

De acordo com o boletim diário da Operação Pantanal, divulgado na terça-feira (10), nove locais seguem com fogo ativo em Mato Grosso do Sul.

As equipes continuam combatendo os focos de queimadas em todas as regiões do estado, como em São Gabriel do Oeste. Por lá, os focos estão confinados na região de Serra de Maracaju, o local é considerado de difícil acesso, o que dificulta a progressão dos trabalhos para apagar o fogo. 

Outro ponto de atenção no combate aos incêndios está localizado na região Leste de Mato Grosso do Sul, mais especificamente em Água Clara, por lá a preocupação se intensifica com a possibilidade de atingir uma área de eucaliptos.

O combate ao fogo continua em Miranda, no Paraguai Mirim e em Porto Índio, os focos ativos permanecem concentrados na região de fronteira com a Bolívia. Militares fazem contenção e enfrentamento do fogo.

Conforme os dados meteorológicos, as temperaturas devem permanecer altas pelo menos pelos mais quatro dias até a aproximação de uma nova frente fria no final de semana. Acompanhe a entrevista completa:

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