Um ano após o início da vacinação contra a dengue no Sistema Único de Saúde (SUS), a procura pelo imunizante permanece abaixo do esperado. Entre fevereiro de 2024 e janeiro de 2025, foram distribuídas mais de 6,3 milhões de doses, porém apenas cerca de 3,2 milhões foram aplicadas em crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, público-alvo definido pelo Ministério da Saúde.
Essa faixa etária concentra o maior número de hospitalizações por dengue após os idosos, grupo para o qual a vacina Qdenga, da farmacêutica japonesa Takeda, ainda não possui liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O esquema vacinal prevê duas doses com intervalo de três meses entre elas.
Os números foram divulgados pela Rede Nacional de Dados em Saúde. Inicialmente, 521 municípios foram selecionados para iniciar a imunização, considerando critérios como porte populacional, alta incidência de dengue e predominância do sorotipo 2. Atualmente, todas as unidades federativas recebem doses da vacina, seguindo recomendações técnicas e critérios de distribuição estabelecidos por conselhos de saúde.
A capacidade limitada de fornecimento pelo fabricante influenciou a definição de públicos e regiões prioritárias. Em 2024, o Ministério da Saúde adquiriu 5,2 milhões de doses e contratou 9 milhões para 2025. A Takeda priorizou o atendimento ao SUS, suspendendo contratos diretos com estados, municípios e limitando a oferta na rede privada.
O Ministério da Saúde reforça a necessidade de que pais e responsáveis levem seus filhos para receber as duas doses da vacina, garantindo a imunização completa. A vacina continua disponível nas unidades de saúde de todo o país.
