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Clima e economia afetam safra 24/25 em Dourados

Lavouras de soja em Dourados apresentam baixo desenvolvimento devido à má distribuição de chuvas / Foto: Reprodução/Jefferson Aleffe
Lavouras de soja em Dourados apresentam baixo desenvolvimento devido à má distribuição de chuvas / Foto: Reprodução/Jefferson Aleffe

A safra 2024/2025 em Dourados tem sido marcada por uma série de desafios que comprometem a produtividade agrícola e a estabilidade econômica dos produtores rurais. Conforme dados da Coperplan, a área cultivada de soja na região atingiu 230 mil hectares nesta temporada, se mantendo estável em relação ao ciclo anterior.

No entanto, fatores climáticos adversos, como a má distribuição de chuvas, têm impactado negativamente as lavouras. Michael Araújo de Oliveira, engenheiro agrônomo e vice-presidente do Sindicato Rural de Dourados, destaca que as precipitações irregulares afetaram não apenas a soja, mas também a pecuária. “As pastagens não conseguiram evoluir da maneira como imaginávamos. Tivemos grandes problemas climáticos, ou seja, falta de distribuição de chuvas, e, em função disso, tivemos produtividades muito aquém da almejada”, ressalta.

As produtividades registradas ficaram entre 15 e 30 sacas por hectare, números considerados baixos para a região. Esse cenário é agravado pela queda nos preços da soja, que se mantiveram em R$ 122,00 em Dourados, refletindo a tendência nacional de desvalorização do grão.

Além dos desafios climáticos e econômicos, os produtores enfrentam o aumento nos custos dos insumos agrícolas. O óleo diesel, por exemplo, ultrapassou a marca de R$ 7,00 por litro durante o período de safra, elevando significativamente as despesas operacionais. “Foi investido muito em tecnologia, mas essa má distribuição de chuvas ocasionou produtividades muito baixas, bem diferente do restante do Brasil, principalmente a região norte, que colheu muito bem”, compara Michael.

A pecuária também sofreu impactos significativos. A falta de pastagens de qualidade, aliada ao ataque severo de pragas como a Spodoptera, trouxe preocupações adicionais aos pecuaristas. “Tivemos um ataque muito severo de Spodoptera nas pastagens, que trouxe muita dor de cabeça para os produtores rurais”, lamenta o agrônomo. Além disso, a suspensão das importações de carne bovina por parte da China resultou na queda acentuada do preço da arroba do boi, afetando a rentabilidade do setor.

Esse cenário de adversidades ressalta a necessidade de estratégias de manejo mais resilientes e políticas públicas que apoiem os produtores rurais diante das variações climáticas e de mercado.