Apenas no segundo semestre deste ano, foram e estão sendo realizados por meio do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego 18 cursos profissionalizantes em 13 unidades penais, distribuídas em nove municípios de Mato Grosso do Sul, atendendo a 349 reeducandos custodiados pela Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen).
De acordo com a Divisão de Educação da Agepen, os internos participam de diferentes qualificações que possuem demanda de mercado: pedreiro de alvenaria, vendedor, manicure e pedicure, pizzaiolo, salgadeiro, operador de computador, aplicador de revestimentos cerâmicos, pintor de obras e armador de ferragem.
Conforme a chefe da Divisão de Educação da Agepen, Elaine Arima Xavier Castro, o número de cursos e internos qualificados poderia ser bem maior, mas essa oferta esbarra na dificuldade por parte das instituições realizadoras de cursos, cadastradas pelo Ministério da Educação, em conseguir professores que se habilitem para dar aulas no sistema prisional.
Mesmo assim, segundo a chefe de Divisão, para o 1º semestre de 2015 a agência penitenciária de Mato Grosso do Sul já encaminhou o “Mapa de Demanda do Pronatec” ao Departamento Penitenciário Nacional (Depen) com proposta de pactuação de 824 vagas. “Estamos aguardando a pactuação junto ao MEC e se haverá disponibilidade dos ofertantes”, ressalta Elaine.
Oportunidade
Pela primeira vez, este ano custodiados da Penitenciária de Naviraí estão tendo acesso a cursos do Pronatec. Eles estão sendo capacitados nas áreas de pedreiro de alvenaria e pintor de obras, totalizado 36 detentos sendo qualificados.
Marcelo Soares Duarte, 36 anos, é um dos 19 alunos do curso pintor de obras. Ele classifica a oportunidade como “um grande passo na vida”. “Não tenho profissão e estou para sair para regime semiaberto e terei uma profissão, e espero conseguir um emprego adequado no mercado de trabalho”, afirma.
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Seu companheiro de cárcere na Penitenciária de Naviraí, Abel Ferreira da Rosa Neto, 47 anos, está sendo capacitado como pedreiro de alvenaria, com outros 16 alunos no presídio. “Estou adquirindo novos conhecimentos, é uma realização pessoal”, garante.
Na Penitenciária Harry Amorim Costa, em Dourados, desde o mês de novembro está em andamento um curso de produção de tijolos ecológicos para aproximadamente 20 alunos.
De olho na demanda do mercado de trabalho, 36 internas do Estabelecimento Penal Feminino “Irmã Irma Zorzi”, em Campo Grande, participam dos cursos de manicure e pedicure e vendedor.
Também na Capital, 20 custodiados do Instituto Penal de Campo Grande foram capacitados como salgadeiros e outros 20 do Estabelecimento Penal Jair Ferreira de Carvalho (Segurança Máxima) participaram do curso de pizzaiolo.
Foram e estão sendo oferecidos, ainda, cursos em presídios de Bataguassu, Corumbá, Ponta Porã, Rio Brilhante, São Gabriel do Oeste e Três Lagoas.
