Agregação de valor para atrair indústrias ao Estado faz parte das discussões de desenvolvimento de Mato Grosso do Sul. O conceito é “uma das molas propulsoras” para que Mato Grosso do Sul avance, conforme explicado pelo secretário estadual de Infraestrutura, Eduardo Riedel.
Em entrevista às jornalistas Danielly Escher e Ingrid Rocha, da CBN Campo Grande, o secretário falou sobre os incentivos para atrair novas indústrias e gerar competitividade.
Nós temos exemplos de empresas genuinamente sul-mato-grossenses que conseguem produzir e vender para o mercado interno. Isso ainda é um desafio?
RIEDEL Certamente! Mas é um caminho extremamente importante para a nossa economia. Temos discutido muito a agregação de valor no Estado e, esse conceito, é uma das molas propulsoras para o desenvolvimento do Estado, o que atrai as indústrias. Nós temos uma geração de matéria prima muito grande, estamos num Estado com muitos recursos naturais, com produção agropecuária e, tudo isso pode se transformar em produtos de valor agregado. E o grande “boom” do nosso desenvolvimento e o crescimento econômico passa por aí. Claro que, nós temos uma população pequena, então são produtos de valor agregado, não só para o nosso mercado, mas para mercados mais maduros, de consumo maior, como o Sudeste e o Sul do país. E a própria América Latina que, com esses eixos estruturantes que estamos abrindo para o Oeste, também, vamos ter potencial muito grande.
Quanto já avançamos nessa agregação de valor e o que o governo pode fazer para ajudar as indústrias nessa questão?
RIEDEL O Estado tem que buscar fazer um sistema onde as indústrias se sintam competitivas aqui. Então, quando a gente fala de segurança jurídica, de ambiente favorável, passa por uma estabilidade econômica, política, por credibilidade no que é acordado com as empresas. Muitas vezes, uma empresa para se instalar no Estado ela quer entender qual é o conjunto de incentivos fiscais, qual a infraestrutura que nós vamos poder viabilizar para aquela empresa. Tudo isso afeta a competitividade da empresa e é o que nós temos buscado fazer. O governo de Mato Grosso do Sul aprovou uma das leis mais modernas em relação ao incentivo fiscal do país, copiada por Goiás, pelo Distrito Federal. Nós temos um volume de investimento alto no Estado, isso significa competitividade para empresas, não só em eixos rodoviários, como dentro das próprias cidades, em núcleos industriais, em acesso, em rodovias melhores, eixos logísticos diferentes. Então, esse conjunto, com legislação ambiental moderna também se preconiza o desenvolvimento sustentável. Tudo isso faz com que a empresa se sinta confortável em vir para o Mato Grosso do Sul. Recebemos muitos empresários com essa intenção e temos uma conversa muito aberta, muito transparente, para que possamos ajudar a ter esse desenvolvimento.
Quais são os incentivos que o governo tem dado para as indústrias?
RIEDEL Alguns deles são incentivos de natureza tributária e envolvem diversas formas para que isso ocorra. Muitas vezes a empresa precisa de um espaço, de uma área e ajudamos na negociação com o município que, às vezes, não tem condição de adquirir uma área e o Estado dá uma contrapartida para essa aquisição. A estruturação física, às vezes, vai para um núcleo industrial que não tem asfalto. Estamos construindo pavimentação de rodovias até o sítio da planta industrial. Por exemplo, a Suzano, que está vindo para Ribas do Rio Pardo. Serão investidos R$15 bilhões. O Estado está colocando R$230 milhões em investimento em infraestrutura. Isso significa competitividade para a empresa. Estrada de acesso, pontes, pavimentação de bairros. Uma série de ações que a gente consegue melhorar e facilitar a vida das empresas. Esse é o tipo de incentivo que a gente pode oferecer.
Temos previsão de novos incentivos?
RIEDEL Os incentivos atuais são suficientes. Temos os mais arrojados pacotes de incentivos do País. Porque não envolve só a questão tributária. Há todo um ambiente de negócios criados como infraestrutura de acesso, de competitividade.