Mais de 40% da renda de um trabalhador que ganha um salário mínimo (R$ 880), em Três Lagoas, ficam comprometidos com a compra de produtos da cesta básica. Em relação à remuneração de quem trabalha na indústria de transformação, cuja média salarial é de R$ 2.167,47, o comprometimento da renda com a cesta básica gira em torno de 18%.
Os dados constam na Pesquisa Cesta Básica de Alimentos realizada pelo Núcleo de Pesquisas Econômicas de Três Lagoas (NPE/TL), departamento recém criado pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico.
Para o levantamento, levou-se em consideração os gastos médios mensais referentes aos produtos da cesta básica que são: carne, leite, feijão, arroz, farinha, batata, tomate, pão Frances, café em pó, banana, açúcar, óleo e manteiga. O levantamento, que teve como base os meses de janeiro e fevereiro deste ano, foi realizado em supermercados, açougues, padarias e feira.
Em janeiro, o comprometimento da renda com cesta básica, em Três Lagoas, girou em 46% em relação à remuneração do salário mínimo e 43% em fevereiro. Já em relação ao salário da indústria, o comprometimento com renda em janeiro foi em torno de 18% em janeiro, e 17% em fevereiro.
Ainda de acordo com a pesquisa, em Três Lagoas, o trabalhador gasta-se 92,8 horas da jornada de trabalho de 200 estipuladas pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos) para aquisição da cesta básica. Em Campo Grande, por exemplo, o trabalhador gasta 103,15 horas da jornada de trabalho para o pagamento da cesta e, em São Paulo, 112,8 horas da jornada de trabalho.
O levantamento revela ainda que, no comparativo com a média nacional, Três Lagoas possui uma cesta básica no valor de R$ 368,72. Valores abaixo do que os auferidos em Campo Grande, onde custa R$ 412,61 e, em São Paulo, com o preço de R$ 448,31.