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Relatório

Alta do dólar faz BC elevar projeções para inflação

Estimativa para o IPCA passou de 4,2%, em junho, para os atuais 4,4%

Expectativas do mercado para o dólar usada nesses cenários foram: R$3,83 no final de 2018, R$3,75 no fim 2019, R$3,70 no final de 2020 e R$3,80 no encerramento de 2021 - Arquivo/Agência Brasil
Expectativas do mercado para o dólar usada nesses cenários foram: R$3,83 no final de 2018, R$3,75 no fim 2019, R$3,70 no final de 2020 e R$3,80 no encerramento de 2021 - Arquivo/Agência Brasil

A estimativa de inflação para este ano subiu, segundo o Relatório de Inflação divulgado nesta quinta-feira (27) pelo Banco Central (BC), na internet. A projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) passou de 4,2%, em junho, para os atuais 4,4%. Essa é a projeção elaborada com base em perspectiva do mercado financeiro para a taxa de juros (6,5% ao ano) e para o dólar (R$ 4,15 no fim de 2018).

A estimativa ficou bem próxima do centro da meta de inflação, que é 4,5% este ano. Para 2019, o centro da meta é 4,25% e para 2020, 4%. O intervalo de tolerância é de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

Para 2019, a projeção para o IPCA passou de 4,1% para 4,5%. A estimativa para 2020 passou de 4,1% para 4,2%. E para 2021, a projeção é 4,2%.

Segundo o BC, a elevação das projeções de inflação foi motivada pela alta do dólar. “O principal fator de elevação das projeções em relação ao Relatório de Inflação de junho foi a depreciação cambial ocorrida no terceiro trimestre de 2018, quando a taxa de câmbio passou de uma média de R$ 3,61 no segundo trimestre para valores na casa de R$ 4,15”, diz o BC.

De acordo com o BC, também contribui para a elevação das estimativas a alta de preços administrados, como energia elétrica e combustíveis. “Por outro lado, fatores importantes contribuem para mitigar os efeitos da depreciação cambial [alta do dólar] e trazer a inflação para trajetória de queda, como a ancoragem das expectativas de inflação, o alto nível de ociosidade dos fatores de produção, a trajetória mais lenta de recuperação da atividade econômica e a própria diminuição dos efeitos da depreciação cambial ao longo do tempo”, diz o BC, no relatório.

Outros cenários

O BC também elabora projeções com base em outros cenários. No caso de a Selic seguir as expectativas de mercado e o câmbio permanecer em R$ 4,15, o IPCA ficará em 4,4% neste ano e em 2019, depois recua para 3,8% em 2020 e para 3,7%, em 2021. No cenário com Selic constante em 6,5% e taxa de câmbio de mercado, a inflação vai ficar em 4,1%, neste ano e em 2019, cai para 4% em 2020 e sobe para 4,3%, em 2021.

As expectativas do mercado para o dólar usada nesses cenários foram: R$3,83 no final de 2018, R$3,75 no fim 2019, R$3,70 no final de 2020 e R$3,80 no encerramento de 2021. No caso da Selic, a estimativa para os finais dos períodos são: 6,5% em 2018; 8% em 2019; 8,13% em 2020 e 8% em 2021. (Com informações da Agência Brasil)