Três Lagoas acolhe para atendimento cerca de 20 novos pacientes para tratamento do vício de drogas no Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps-ad), a cada mês.
Atualmente o centro recebe 661 envolvidos com álcool, cocaína, crack e derivados. O tratamento disponibilizado aos usuários é desenvolvido por intermédio de projeto Terapêutico Individual, envolvendo em sua construção a equipe, o usuário e sua família.
O Caps oferece também atendimento em forma de acolhimento; visita domiciliar; palestras; oficinas terapêuticas; orientações; consulta psiquiátrica; consulta clínica; internação e dispensação e fracionamento de medicação.
No ano passado 2.917 usuários de drogas foram atendidos no Caps-ad da cidade. O número representa um crescimento de 66%, comparado a 2013, quando 1.757 pessoas passaram pelo centro de atendimento. Em Três Lagoas a incidência maior é de usuários de álcool e crack.
Segundo a coordenadora do Caps-ad, Eliana Queiroz Alves, a política do centro é tratar o paciente para o convívio social. Cada paciente é avaliado e possui um tratamento individualizado, podendo ou não envolver medicação na terapia. “Primeiro o centro tenta realizar outros atendimentos como acolhimento, oficinas terapêuticas e outros, em último caso o paciente é encaminhado para internação, na cidade de Paranaíba”.
Em média, 40% das pessoas que iniciam o tratamento não concluem. O maior índice de abandono é paciente que não tem endereço fixo. Via de regra, essas pessoas largam tudo e desaparecem por um tempo da cidade.
Alguns atendimentos são realizados na própria residência do paciente, se caso solicitado, a visita conta com a presença de um médico e assistente social.
O perfil dos usuários são homens usuários de álcool, em segundo lugar usuários de crack, a maioria adultos que procuram a unidade depois de 10 ou 20 anos de consumo de drogas.
Em entrevista ao Jornal do Povo, um dos pacientes da unidade, de 39 anos, ex-mecânico, que preferiu não divulgar o nome, conta que está livre das drogas há um ano. “Meu primeiro contato com a droga foi aos 12 anos, quando usei crack na escola onde estudava, depois disso experimentei tudo que você imaginar nessa vida, o vício foi tão forte que morei durante dois anos na rua, minha família me encontrou e fui procurar ajuda, já passei por casa de recuperação, e agora estou em tratamento e limpo no Caps há mais de 1 ano.”