A empresa chilena Arauco recebeu a Licença Prévia para implantar a fábrica de papel e celulose e também uma termoelétrica no município de Inocência. O empreendimento vai receber investimento de R$ 28 bilhões e gerar 12 mil empregos no pico da obra. A decisão de conceder o documento que autoriza a obra foi do Conselho Estadual de Controle Ambiental de Mato Grosso do Sul, que se reuniu na semana passada com representantes da empresa. A Licença foi autorizada após a Arauco apresentar detalhamento dos estudos técnicos elaborados pela empresa e o relatório dos técnicos do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul).
O Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) trazem estudos de caracterização do empreendimento, diagnóstico ambiental, meios físico, biótico e socioeconômico, identificação e avaliação de impactos ambientais e estudos complementares, além de toda documentação, laudos técnicos e certidões que o Imasul exige.
A Licença Prévia (LP) aprova o local de implantação do empreendimento e outros aspectos preliminares. É o início da materialização do projeto. Para começarem as obras propriamente ditas, a empresa deve solicitar ao Imasul a Licença de Instalação (LI) e após essa etapa, para início das atividades, a Licença de Operação (LO).
O diretor presidente do Imasul, André Borges, frisou que, pela primeira vez, os técnicos ambientais estiveram no local do projeto nessa fase do licenciamento e foi firmado um termo de referência com a empresa para acordar ajustes que devem ser providenciados. Além de celulose e papel, a Arauco vai produzir energia elétrica com a queima de restos da madeira (raízes, galhos). A usina termoelétrica terá capacidade para 420 MW, sendo que boa parte dessa energia será consumida pela própria fábrica e o excedente, vendido.
Até mesmo o tráfego de caminhões pelas rodovias que circundam Inocência foi dimensionado no EIA/Rima de modo a comprovar que não haverá alteração significativa no fluxo. Além disso, a Arauco já firmou um protocolo de intenções com a Prefeitura de Inocência no sentido de envidar esforços para prover o município da infraestrutura necessária que atenda os impactos econômicos, sociais, logísticos, fiscais e populacionais decorrentes da implantação da fábrica.
Entre essas ações consta a construção de uma terceira pista na rodovia MS-377, no trecho entre Água Clara e Inocência, apoio na estruturação e implementação do Plano Diretor do município e outras atividades que envolvam demandas da gestão municipal.
Empreendimento
A primeira fase do projeto da fábrica deve entrar em operação em 2028 e a segunda, em 2032. Cada linha terá capacidade de produzir 2,5 milhões de toneladas de celulose ao ano, funcionando de forma ininterrupta, 24 horas por dia, 7 dias por semana. Quando entrar em atividade, a fábrica deve gerar 1.070 empregos diretos e indiretos. O empreendimento provocará uma elevação significativa no PIB (Produto Interno Bruto) do Estado e de Inocência, além de impactar positivamente na arrecadação de impostos e geração de renda.