Depois do reajuste médio de 4,20% na tarifa de energia elétrica, autorizado na semana passada pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), agora chegou à vez de a tarifa de água subir. A partir de primeiro de outubro, a conta de água dos consumidores de 68 municípios do Estado, incluindo Três Lagoas, vai ficar 21,76% mais cara.
A Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos do Mato Grosso do Sul (Agepan) autorizou a Empresa de Saneamento Básico do Mato Grosso do Sul (Sanesul) a aplicar o reajuste, sendo 3,84% relativo à recomposição das despesas com o aumento dos custos de energia elétrica, e 17,92% relativos à tarifa adicional para a geração de recursos e investimentos.
A portaria, com a definição da revisão tarifaria, foi publicada na edição de ontem do Diário Oficial do Estado. Conforme divulgado pelo Jornal do Povo, na semana passada a Agepan realizou audiência pública para tratar da revisão de tarifas sobre serviços prestados pela Sanesul. A empresa pediu reajuste extraordinário de 27,3%.
Este não é o primeiro reajuste aplicado pela Sanesul em 2015. Em maio, a Agepan já tinha autorizado aumento de 8,17% como correção anual. Agora, consumidores terão de arcar também com novo aumento, justificado por “investimentos necessários”.
De acordo com a portaria, a tarifa adicional para a geração de recursos para investimentos terá vigência no prazo de 1º de outubro de 2015 a 31 de dezembro de 2018. A Sanesul deverá apresentar mensalmente à Agepan o relatório dos investimentos realizados por município e por fonte de recurso, inclusive aqueles gerados pela tarifa adicional.
CONTRIBUINTE
O novo aumento não agradou o consumidor em Três Lagoas. A moradora do bairro Ipacaraí, Regina Ramires, considera a autorização “um absurdo” para a cidade. “Três Lagoas tem a água mais cara do país. Sou contra. Mas, mas fazer o quê?”, questiona. A assistente social Regina Célia Dutra também criticou. “Eu simplesmente abomino. É um absurdo. Gostaria de ter um relatório desses investimentos e projetos para controlar”, comentou.
O morador do bairro Parque São Carlos, Antônio Ramos, também não concorda com o percentual de reajuste. “Deveriam conter um pouco mais os aumentos, principalmente na questão água. O povo já está tão sofrido com tanto aumento. Houve um aumento há pouco tempo, nesse momento atual de crise”, declarou. A moradora do bairro Novo Aeroporto, Patrícia Ribeiro, criticou. “Aqui no Estado do Mato Grosso do Sul já temos a água mais cara do país. E agora, mais?”, indagou.