O Comando Nacional dos Bancários rejeitou a proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) em nova rodada de negociação realizada nesta quarta-feira (28), que durou mais de quatro horas. Com isso, a greve que já é considerada histórica, continua por tempo indeterminado.
Líderes do movimento rejeitaram os 7% de reajuste nos salários e abono de R$ 3,5 mil, agora em 2016, e reposição da inflação, mais 0,5% de aumento real, em 2017. O Comando Nacional dos Bancários considera insuficiente as propostas, alega perdas para os trabalhadores e orienta que os sindicatos realizem assembleias em suas bases, na próxima segunda-feira (3) para debater e organizar os rumos do movimento.
“Os bancos perderam uma excelente oportunidade de resolver a greve mantendo a proposta que provoca perdas nos nossos salários. Fica cada vez mais evidente que é uma decisão tomada fora da nossa mesa de negociação e que dialoga com a intenção de promover uma redução dos salários para atender ao ajuste fiscal que está sendo imposto por este governo. O setor financeiro teve lucros fabulosos e que poderia atender, confortavelmente, às nossas reivindicações”, disse Roberto von der Osten, presidente da Contraf-CUT e um dos coordenadores do Comando Nacional dos Bancários.
De acordo com Osten, a greve deste ano já entrou para a história com o maior número de agências com as atividades paralisadas e a tendência é de aumentar ainda mais, em virtude da crescente insatisfação dos bancários com os banqueiros.
Segundo dados da Contraf, a greve dos bancários chegou ao 23º dia com 13.254 agências e 28 centros administrativos com atividades paralisadas nesta quarta-feira. O número representa 57% dos locais de trabalho em todo o Brasil. Em Três Lagoas, 100% das agências bancárias foram atingidas pela greve.