O Banco Central (BC) prevê maior retração da economia este ano. De acordo com o Relatório Trimestral de Inflação, divulgado nesta quarta-feira, 24, o Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos, deve apresentar queda de 1,1%. Na previsão anterior era 0,5%.
A produção agropecuária deverá crescer 1,9%, mais do que a estimativa anterior, que era 1%. A projeção para o recuo da indústria passou de 2,3% para 3%. O BC destaca os impactos das reduções projetadas para a indústria de transformação, de 3,4% para 6%, e para a produção e distribuição de eletricidade, água e gás, de 1,4% para 5,6%. De acordo com o BC, esse cenário reflete aumento da participação de termoelétricas na oferta de energia (mais cara) e de redução do consumo de água no primeiro trimestre do ano.
A projeção para o setor de serviços passou de crescimento de 0,1% para queda de 0,8%.
O BC também revisou a projeção para o consumo das famílias, que passou de expansão de 0,2% para queda 0,5%. Segundo o BC, essa revisão está “em linha com a piora no mercado de trabalho e a manutenção da confiança do consumidor em patamares historicamente reduzidos”. Também foi alterada a estimativa de consumo do governo, que passou de crescimento de 0,3% para queda de 1,6%, “consistente com o cenário de ajuste fiscal em curso”.
Em relação à demanda externa, o BC revisou a projeção para as exportações, com aumento de 3,1 ponto percentual para 5,5% de crescimento, em relação à estimativa anterior. No caso das importações, a estimativa é queda de 6%. Segundo o BC, esse cenário repercute os efeitos de redução do consumo e da alta do dólar.
Para o período de 12 meses encerrados em março de 2016, a estimativa de queda do PIB é 0,8%.