O sistema bancário manteve a trajetória de aumento da rentabilidade no segundo semestre de 2018, alcançando níveis pré-crise. A avaliação é do Banco Central (BC), no Relatório de Estabilidade Financeira, publicação semestral que descreve a evolução do Sistema Financeiro Nacional.
O Retorno sobre o Patrimônio Líquido, indicador que mede a rentabilidade do dinheiro investido pelos acionistas do sistema bancário alcançou 14,8% em dezembro de 2018, com aumento de 0,4 ponto percentual em relação a junho de 2018. Em dezembro de 2017, estava em 13,6%. Esse é o maior resultado para dezembro desde 2011, quando estava em 16,5%.
No caso dos bancos públicos, o indicador chegou a 12,8% no final do ano passado. Já os bancos privados tiveram um índice maior: 15,6%.
De acordo com o relatório, nos últimos dois anos, os bancos públicos apresentaram um ritmo mais rápido na evolução dos resultados, atingindo níveis de rentabilidade mais próximos aos dos bancos privados.
Segundo o BC, a melhora da rentabilidade do sistema bancário, que ocorreu apesar da redução dos resultados de tesouraria e da estagnação das carteiras de crédito para as empresas, pode ser explicada principalmente pela redução das despesas de provisão (dinheiro reservado para o caso de inadimplência) e dos custos de captação de dinheiro pelos bancos e pelos ganhos de eficiência operacional.
Segundo o BC, a retomada do crédito, sobretudo no segmento de pessoas físicas e pequenas e médias empresas, deve ser positiva para o resultado dos bancos. “Outro fator importante que pode beneficiar os resultados é o melhor nível de eficiência operacional, diante dos esforços para contenção das despesas administrativas e da tendência de digitalização de serviços bancários”, diz o relatório.
No entanto, o BC destaca que é esperada desaceleração do atual ciclo de redução das despesas de provisão, o que, somado à manutenção dos menores lucros em intermediação com títulos e valores mobiliários, tende a estabilizar o resultado.
O BC acrescenta que os bancos de menor porte dos segmentos de crédito atacado – que atuam com operações de crédito e exposições de risco em empréstimos destinados a pessoas jurídicas com saldos de operações acima de R$1 milhão – foram “atingidos de forma relevante pelo ambiente desfavorável no segmento de grandes empresas”.
Além disso, as atividades de tesouraria e de investimento (títulos, operações compromissadas e investimentos) foram pressionadas pelo menor nível da Selic.
“De forma geral, a perspectiva é de desaceleração da trajetória de aumento da rentabilidade, mas sem representar riscos para a estabilidade financeira do sistema bancário, dados os atuais níveis”, diz o relatório.
(Com informações de Agência Brasil)