O bispo da diocese de Três Lagoas, dom Luiz Knupp, em entrevista ao Jornal do Povo demonstrou ter opinião semelhante à do papa Francisco a respeito da aprovação do divórcio em alguns casos. Dom Luiz assegurou que o casamento é indissolúvel, afinal “o que Deus uniu o homem não separa, mas onde Deus nunca existiu um dia se acabará”, expõe.
No último dia 24 o papa se pronunciou e disse que a separação do casal em alguns casos é inevitável e até "moralmente necessária", principalmente quando reina a violência no lar. O bispo dom Knupp concorda com a posição de Francisco e acrescenta “o casamento exige um conjunto de elementos que possibilitem a presença do sacramento. Se não houver, Deus não uniu ninguém. É um casamento nulo”.
De acordo com o religioso, é possível recorrer ao Tribunal Eclesiástico para pedir a nulidade do matrimônio. “A Igreja não admite a nulidade do casamento como sacramento, mas a nulidade, que daria direito a um novo casamento, é possível se o Tribunal Eclesiástico constatar que ‘na prática’ o casamento não existia segundo seus princípios” explica.
O bispo afirma, ainda, que o pedido de nulidade é concedido apenas se for constatado que não há o sacramento neste matrimônio. “Este é o principal elemento de uma união, sem ele não se tem a presença de Deus”. Sendo assim, a concessão da nulidade e a aceitação do divórcio são para casos específicos e que não podem ser banalizados. “A Igreja não está moderna nem cedendo às pressões de uma sociedade moderna. A Igreja sempre foi assim, só estamos mais abertos ao diálogo. O papa Francisco tem se mostrado aberto à mídia e a Igreja está se tornando mais conhecida agora”, complementa.