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Três Lagoas

Brechó, um bom lugar para se vestir barato

Na contramão dos padrões fastfahion, gastar em brechó pode resultar em personalidade

Roupas expostas em brechó de Três Lagoas; cliente aponta preço baixo e exclusividade de modelos - Elias Dias/JP
Roupas expostas em brechó de Três Lagoas; cliente aponta preço baixo e exclusividade de modelos - Elias Dias/JP

Foi-se o tempo em que fazer compras em brechós era sinônimo de comprar roupas velhas, bregas e surradas, com cheiro de naftalina. Hoje, o mercado deste segmento é responsável por movimentar R$ 5 milhões por ano no Brasil. Em Três Lagoas, a quantidade de lojas físicas ainda é pequena – em torno de dez -, incluindo os bazares beneficentes do Lar dos Idosos Eurípedes Barsanulfoe da Rede Feminina de Combate ao Câncer.

A dona de uma loja localizada no bairro Vila Nova afirma que a lucratividade do negócio é certa. “A circulação de clientes varia diariamente, mas tenho clientes fiéis e noto que ganho um novo a cada mês”, afirma Sandra Gracini. Os motivos são: economia e estilo. “Mulher é a maioria das consumidoras. Vem em busca de uma peça exclusiva e diferente das vendidas em lojas”, pontua Gracini.

A junção de economia e estilo é perfeita para a autônoma Mirian da Silva, de 49 anos, que não passa um mês sem comprar uma peça de brechó. Mirian é exemplo das mulheres que rompem com os padrões de moda impostos por estilistas e marcas. O chamado fastfahion, moda rápida, se traduzida ao pé da letra,tem justamente a proposta do consumo ágil e contínuo de produtos que chegam às vitrines. Quebrar esta imposição de marcas famosas é o alvo de Miriam. “Não uso roupas e sapatos da moda por uma questão de personalidade. Posso até achar bonito, mas só de pensar que todas as outras mulheres poderão usar a mesma peça já me faz desistir da compra. Ao contrário do brechó, que me permite estar sempre diferente”, frisa.

Em brechós, os preços variam de R$ 5 a R$ 120 por roupas, quadros, sapatos e bolsas. As opções são múltiplas e a economia é certa. “A peça mais cara que comprei foi um casaco, do tipo sobretudo, de veludo cotelê, na época [há dois anos] paguei R$ 20”, recorda Mirian, que se diz uma “garimpeira de brechós”. “Não costumo ir sempre à mesma loja. Tenho o hábito de ir em mais de quatro por mês”, revela.

 

REDES SOCIAIS

Embora Três Lagoas não possua muitas opções de lojas físicas, as redes sociais, principalmente o Facebook, estão lotadas de grupos de brechós, de compra e venda e de anúncio de serviços. Todos com um objetivo em comum: anunciar e fazer um bom negócio.

O grupo Desapega Três Lagoas conta com 52.424 participantes, já o grupo Brechó do Baby Três Lagoas e Região, de compra, venda, troca e doação reúne 2.112 membros. O grupo Dá Negócio, lançado no último dia 12, já tem quase 400 pessoas adicionadas.