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Bullying é o maior motivador de agressões físicas e verbais nas escola

Cresce o número de brigas entre garotas no ambiente escolar

A violência no ambiente escolar é preocupante e pouco discutida em Três Lagoas. As escolas estaduais João Ponce de Arruda e Dom Aquino Corrêa acumulam casos, quase que semanais, de discussões e agressões físicas entre alunos.

Conforme Lourdes Nascimento, diretora da João Ponce, os motivos são fúteis e alunas estão envolvidas na maioria dos casos.

Adolescentes com idade entre 13 e 16 anos brigam umas com as outras, geralmente, por ciúmes que sentem de seus respectivos namorados. “Na maioria das vezes as meninas trazem as brigas que acontecem no bairro onde moram para dentro da escola”, conta Lourdes.

Na escola Dom Aquino os garotos se sentem motivados a iniciar uma briga quando viram motivo de chacota entre os colegas, segundo a diretora Marizethe Kill. Neste caso, o adolescente é vítima de bullying, ou seja, passa a ser alvo de agressões verbais e até mesmo físicas.

De acordo com Marizethe, o aparelho celular tem intensificado os casos de bullying na escola. “Eles [os alunos] tiram fotos, fazem montagens e mandam para todos os amigos de classe”, relata. O uso do celular é proibido dentro da sala de aula, no entanto, controlar todos que o usam durante a aula é algo difícil, devido ao grande número de alunos e os poucos funcionários que a rede pública possui para fiscalizar, adverte a diretora.

O período vespertino é o que acumula mais registros de agressões físicas entre os adolescentes em ambas as instituições. Nessas escolas, os alunos matriculados são do 6º ao 9º ano, que em tese deveriam que ter idades entre 11 e 14 anos, mas nem sempre é o que ocorre, porque são mais velhos por serem repetentes ou se matricularam tardiamente, como é o caso de muitos na escola João Ponce de Arruda. “São alunos que não queriam estar dentro da sala de aula e, às vezes tumultuam, comprometendo o rendimento dos demais”.

POLÍCIA

Embora muitos casos de agressões físicas e verbais ocorram nestas escolas, poucos são os episódios em que a Polícia Militar ou o Conselho Tutelar da cidade são acionados. “Primeiro o aluno recebe uma advertência e tentamos resolver com ele e os pais”, explica Marizethe. Na terceira advertência que o jovem levar resulta na transferência escolar.

Este ano, de acordo com Lourdes, a escola João Ponce ainda não transferiu nenhum aluno. Na escola Dom Aquino, as transferências também são raras. A última vez que isso ocorreu foi no segundo semestre de 2014.

FACA

A escola estadual João Mageano Pinto (Jomap) registrou na última quarta-feira, 4, um caso atípico nas escolas da cidade: um aluno de 12 anos portava uma faca dentro da mochila. De acordo com a diretora adjunta da unidade, Lourdes Alves, o garoto relatou que estava sendo ameaçado por outros meninos da escola. A direção foi informada e nenhum aluno se feriu. Lourdes, disse que a escola nunca passou por uma situação semelhante.

A diretora Marizethe, da escola Dom Aquino, disse que  não registrou nenhum episódio parecido este ano. Em 2014, um adolescente de 12 anos levou uma faca para a escola, no entanto, o garoto justificou que estava sendo vítima de bullying no trajeto entre a casa e a instituição por um desconhecido. Na ocasião, a diretora informou aos pais e solicitou que eles acompanhassem diariamente o filho.

Para a diretora adjunta Alves, não só os alunos se sentem ameaçados. “Nós [educadores] estamos em uma situação de insegurança. Trabalhamos com muitos alunos, é necessário que haja mais profissionais para dar assistência a eles”, relata.

As três diretoras acreditam que o acompanhamento familiar na rotina da educação das crianças é primordial. “Poucas são as mães que se interessam pelo desempenho do aluno”, afirma Marizethe.

A parceria entre educadores e família gera uma melhor formação educacional e pessoal deste jovem, na opinião de Lourdes Alves.