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Cai o número de vagas de empregos oferecidas em Três Lagoas

Situação econômica do país tem afetado na geração de empregos

Aumenta o número de pessoas a procura de emprego no Ciat - Arquivo/JP
Aumenta o número de pessoas a procura de emprego no Ciat - Arquivo/JP

O número de vagas de empregos oferecidas através do Centro Integrado de Atendimento ao Trabalhador (Ciat) de Três Lagoas, vem apresentando uma queda considerável nos últimos meses. Para se ter uma ideia, de 1º de janeiro de 2014 a 8 de abril do mesmo ano, o Ciat tinha disponível 729 vagas de trabalho. Desse total, 279 foram preenchidas. No mesmo período deste ano, de janeiro a 8 de abril, o Ciat tinha disponível 428 vagas, sendo que 166 foram ocupadas.

Das 166 vagas colocadas neste ano, no entanto, mais de 50%, segundo a diretora do Ciat, Fátima Montanha, foram preenchidas por trabalhadores temporários que atuaram durante alguns dias na manutenção de uma fábrica da cidade. Ou seja, o Ciat deixou de colocar mais de 100 pessoas no mercado de trabalho em pouco mais de três meses deste ano, comparado ao mesmo período de 2014.

Embora o número de vagas de empregos oferecidas no Ciat tem sido maior do que a colocação, a diretora informou que muitas empresas acabam desistindo de contratar depois que anunciam as oportunidades no Centro Integrado de Atendimento ao Trabalhador. “Diante do atual cenário econômico, os empresários acabam desistindo de expandir seus negócios, desistem de contratar mais pessoas, e ainda enxugam o quadro”, explicou.

Fátima disse que, desde o ano passado, essa situação vem ocorrendo. “As empresas divulgam vagas, mas acabam cancelando. Os empresários vão adiando no aguardo de como ficará o cenário econômico futuro. Está todo mundo cauteloso”, ressaltou Fátima.

De janeiro a dezembro de 2014, 6.572 pessoas fizeram o cadastro no Ciat em busca de uma vaga de trabalho.  O número de vagas oferecidas em 2014, no órgão, no entanto, foi bem menor, 2.779. Desse total de vagas oferecidas no Ciat, no ano passado, apenas 816 foram preenchidas. Em contrapartida, o número de pessoas que ficaram desempregadas foi maior do que a quantidade de empregos oferecidos. O Ciat registrou em 2014, 10.894 seguro-desemprego.

Ainda de acordo com dados do Ciat de Três Lagoas, em março de 2015, o órgão conseguiu colocar 43 pessoas no mercado de trabalho, no mês passado, apenas 11 foram empregadas.“Não estamos otimistas. O país passa por uma situação delicada e constrangedora e, o reflexo disso, tem atingido o trabalhador. O empregador, por várias razões, tem encontrado dificuldades para expandir sua empresa e, isso, reflete no trabalhador, que alavanca o desenvolvimento do país”, comentou.

As posições se inverteram, segundo Fátima Montanha. Antes, sobravam vagas de emprego no Ciat, atualmente, a procura é maior do que a oferta. “Nós temos, inclusive, pessoas com um grau de escolaridade acentuado, mas por não ter vagas, essas pessoas nos procuram dizendo que estão precisando de qualquer vaga de trabalho. Se essas pessoas com importante grau de escolaridade estão nesta situação, imagine as que não têm nenhum tipo de qualificação ?”, questionou.

Por dia, segundo a diretora, o Ciat tem recebido em média, 100 pessoas em busca de emprego. “Infelizmente não temos a quantidade e nem a qualidade de vagas a disposição o suficiente para oferecer”, enfatizou. No começo deste mês, conforme a diretora, de 1º a 6 de abril, o Ciat disponibilizou 28 vagas, mas apenas para os portadores de deficiência física. No dia 7, foram 33 disponíveis, e ontem, 40 “Nesses dois últimos dias, houve um aumento, mas a situação ainda é preocupante. É importante ressaltar que, o Ciat, não só de Três Lagoas, mas de todo Brasil, tem metas para serem cumpridas, mas está difícil diante desta situação”, comentou Fátima.