No aquecimento para a corrida presidencial, o que mais assusta o ex-presidente Lula, do PT, é a senadora sul-mato-grossense, Simone Tebet, do MDB. Ele tem conversado com as lideranças políticas sobre o estrago de uma terceira via bem sucedida no seu plano de voltar ao Palácio do Planalto. Lula tem dito que não tem medo do presidente Jair Bolsonaro e muito menos do ex-ministro da Justiça e ex-juiz da Lava Jato, Sérgio Moro, seu algoz que mandou prendê-lo. Este é um assunto que está tomando conta nas conversas de bastidor em Brasília.
Lula está aparentemente navegando em águas tranquilas, mas começou a sentir a pressão da turbulência sobre o seu favoritismo impulsionado pelas pesquisas de opinião pública. Ao fazer uma avaliação do cenário eleitoral, o maior medo de Lula é ser surpreendido por uma terceira via, encabeçada pela senadora Simone Tebet.
Lula tem dito que não tem medo do presidente Jair Bolsonaro e muito menos do ex-juiz da Lava Jato Sérgio Moro. O ex-presidente não sente ameaçado por nenhum dos dois. Mas tem receio do crescimento da senadora Simone Tebet. Ele trata o crescimento de Simone de “o inesperado”, que pode surgir de uma hora para outra no radar. Ela é a única mulher colocada para concorrer à Presidência da República, tem bom discurso e ganhou destaque na disputa pela presidência do Senado, na sua atuação como presidente da Comissão de Constituição e Justiça, a mais importante do Senado, e conquistou espaço no cenário política atuando na CPI da Covid.
Simone ainda não aparece no retrovisor de Lula. E ele não vai dizer publicamente sobre o temor de ser surpreendido por ela na corrida eleitoral. Não é ideia dele polarizar discurso quem está muitos degraus abaixo. Mas ele não quer menosprezar Simone. Ele reuniu o seu grupo para traçar estratégia com objetivo de liquidar de uma vez por toda a eleição no primeiro turno. Ele não quer abusar da sorte e nem ficar refém dos números das pesquisas eleitorais.
A Folha de S.Paulo publicou uma matéria sobre esse plano de Lula. Apesar de não aparentar em discursos, receia que uma terceira via vinda dos “Nem-Nem” possa surgir às portas da eleição, ganhar a inércia de movimento que Bolsonaro adquiriu em 2018, e ele não possa fazer nada, diante da realidade de uma nova onda eleitoral.
Experiente em disputa eleitoral, depois de perder três eleições presidenciais e ganhar duas, Lula sabe muito bem que energia eleitoral, tendo uma faísca, é irreversível. Na metáfora futebolística, Lula teme que o jogo "vire". Teme a virada do adversário.
É o que ele pretende fazer. Ele está apostando na debandada de parlamentares do Centrão, hoje na base do presidente Jair Bolsonaro, para ganhar maior musculatura político-eleitoral. O problema de Lula é a dificuldade para unir à esquerda em torno de sua pré-candidatura. Outra estratégia de Lula será buscar o esvaziamento do apoio Simone Tebet, aproveitar enquanto ela ainda está em baixa nas pesquisas eleitorais.
Lula vem conversando com expressivas lideranças do MDB para aderir a sua candidatura. O foco dele está nos emedebistas do Nordeste, onde Lula é o preferido do eleitorado.
Para evitar debandada, Simone pretende percorrer o Nordeste a partir de fevereiro para ganhar visibilidade eleitoral.
Simone tem um grande incentivador dentro do PSDB. E não se trata de um político qualquer. É o senador Tasso Jereissati, um dos maiores cardeais do tucanato brasileiro. Ele deve carregar Simone na região do Nordeste. O “coroné de zóios azuis” como é chamado no Nordeste, Tasso tem como principal base eleitoral o Ceará, onde divide a liderança com Ciro Gomes.
Se Simone atingir de 5 a 10% das intenções de voto até abril, começa a bater a preocupação não só em Lula, mas em Bolsonaro e Moro, além de esvaziar o palanque de João Dória, o indicado do PSDB. Bolsonaro e Moro estagnaram nas pesquisas. A impressão que atingiram o teto, assim como Lula.
Então, temos uma sul-mato-grossense tirando o sono nada mais e nada menos do líder das pesquisas, Luiz Inácio Lula da Silva. Asssista: