O preço da carne bovina subiu em média mais de 40%, nos supermercados de Três Lagoas, segundo informações dos estabelecimentos da cidade. A alta nos preços acontece desde o ano passado.
Consumidores estão usando da criatividade para inovar nos pratos e não consumir carne todos os dias. Uma das saídas encontradas pela população é ingerir mais frango.
Um estudo elaborado pela Nepes/Anhanguera apontou que cortes como o cupim, por exemplo, passaram em um ano de R$ 9,70 para R$ 13,93 o quilo no período, em Campo Grande. Aumento de 43,6%.
A costela ripa subiu 29,3%. O corte, que é um dos mais consumidos entre as carnes de segunda, saltou da média de R$ 5,63 para R$ 7,28 o quilo. O lagarto inflacionou 18,08% no período, com o quilo saindo de R$ 10,67 para R$ 12,60.
De acordo com o gerente de um supermercado de Três Lagoas, Lúcio Fatori, houve um aumento de aproximadamente R$ 30 no preço da arroba do boi, e esse reajuste foi repassado para os consumidores. “A escassez da chuva também prejudicou a criado de gado. A expectativa é de estabilidade nos preços, caso as chuvas melhorem.”
O operador de máquina, Alex Bertachini, de 38 anos, estava na fila do açougue comprando carne. “Faço compra semanalmente de carnes, mas tive que diminuir a quantidade, por causa do aumento nos preços. Não como mais carne todos os dias”.
Alex comenta que teve que variar o cardápio da família. Antes todos os dias a carne bovina estava presente nas refeições, atualmente ele aumentou o consumo de frango e peixes.
VALORIZAÇÃO
Segundo o economista, Marçal Rogério Rizzo, o aumento no valor da carne deve-se principalmente a três fatores: diminuição da oferta, aumento na demanda e repasse de custos.
Marçal explicou que anos atrás a pecuária não estava tão rentável, “Os produtores caminharam para outro tipo de cultura, ou arrendaram as terras para cana-de-açúcar, eucalipto e outros. Isso diminuiu a oferta do produto”.
“O acréscimo na renda da população permitiu a alta no consumo de carnes, aumentando a demanda desse item.A partir daí tivemos então, mais procura por carnes e menos produção, inflacionando os preços”.
O economista ressalta que a tendência é aumentar os valores ainda mais, pois recentemente houve alta nos preços dos combustíveis e energia, e esse aumento será repassado para os consumidores.