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Cartão De Crédito

Cartão e cheque especial ajudam no endividamento de 80% das mulheres, aponta pesquisa

Já no público masculino carnês de loja e crédito pessoal são as causas de endividamento

Economista alerta em prestar atenção na hora de tomar crédito, olhar o juro, as parcelas. - Divulgação: Ag. Brasil
Economista alerta em prestar atenção na hora de tomar crédito, olhar o juro, as parcelas. - Divulgação: Ag. Brasil

O endividamento está batendo cada vez mais forte nas casas dos brasileiros, atingindo 79,3% das famílias, em setembro, conforme a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).  O índice ficou 0,3% acima do registrado no mês anterior.

E as dívidas aumentam entre o público feminino, com 80,9% das mulheres endividadas, principalmente no cartão de crédito e no cheque especial. Enquanto isso, 78,2% dos homens estão endividados. Segundo economistas ouvidos pela reportagem, um dos fatores do endividamento maior no grupo feminino é que em muitos lares são as mulheres que estão comando financeiramente as casas.

Segundo o IBGE, em 2021, dos 199 mil domicílios em Campo Greande, por exemplo, 56,8% tinham mulheres como chefe da família, frente aos 43,2% que tinham homens como responsáveis. Esse é o caso da diarista, Edinalda da Silva Pedrosa, 37 anos, mães de quatro filho, que todo o mês acaba estourando o cartão de crédito e ultrapassando o limite do cheque especial.

Eu que coloco comida dentro de casa e todo o mês eu fico no vermelho, mesmo fazendo seis diárias por semana o dinheiro não dá. Tudo está caro aí acabo usando os cartões de crédito e o limite do cheque especial. A vida do pobre é assim: tira de um santo cartão para pagar o outro. Aí acabamos ficando sócios do Serasa”, brinca Edinalda Pedrosa.

O presidente da CNC, José Roberto Tadros, avalia que é possível ver melhora no mercado de trabalho, mas o alto nível de endividamento e os juros elevados estão afetando o orçamento das famílias com menor renda. “É possível verificar que a melhora gradual do mercado de trabalho, as políticas de transferência de renda e a queda da inflação nos últimos dois meses são fatores que geram maior disponibilidade de renda para as famílias. Por outro lado, podemos observar que o alto nível de endividamento e os juros elevados afetam, sobremaneira, o orçamento das famílias de menor renda, ao encarecerem as dívidas já contraídas”, observa o presidente da CNC, José Roberto Tadros.