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Casos de estupro em Três Lagoas este ano quase igualam aos do ano passado

De janeiro a agosto deste ano foram registrados 39 casos. Em 2014 todo foram 55 vítimas

O conselheiro tutelar Davis Martinelli afirma que vítimas, em geral, têm entre 2 e 12 anos - Arquivo/JP
O conselheiro tutelar Davis Martinelli afirma que vítimas, em geral, têm entre 2 e 12 anos - Arquivo/JP

O número de registros de estupro de crianças já somam 39 em Três Lagoas, até agosto deste ano. Em todo o ano passado foram registrados 55 casos pelo Conselho Tutelar da cidade. A maioria das vítimas, segundo o conselheiro Davis Martinelli, tem idade entre 2 e 12 anos.

O abuso sexual é o tipo de crime mais atendido pelo Conselho. Apesar disso, Martinelli não considera que tenha ocorrido um aumento da criminalidade. “As pessoas passaram a denunciar mais, principalmente após a intensificação das campanhas de combate a este tipo de crime e também a divulgação de casos pela imprensa”, disse.

Conforme Martinelli, abusos sexuais de menores ocorrem com maior frequência em períodos de férias escolares, quando as crianças passam mais tempo em casa. “Sempre quem estupra possui ligação direta com a vítima. São pais, padrastos, avôs, tios, primos ou algum vizinho ou amigo da família. Quem deveria proteger são os principais violadores”, afirma.

Por se tratar de crimes que envolvem menores, nenhum caso pode ser revelado com detalhes. O Estatuto da Criança e do Adolescente proíbe divulgação de nomes, imagens ou qualquer particularidade que possa identificar vítimas.

Para o conselheiro, o problema requer atenção redobrada da família. “O que mais complica é que acontece muito da mãe ou do pai proteger o abusador, como no caso em que a mãe de um menino de dois anos e sete meses – que teria sido violentado pelo padrasto e contaminado com uma doença sexualmente transmissível – estaria até contratando advogado para defender o suspeito”, informa Davis.

TRAUMA

No caso citado por Martinelli, o pai da criança disse que o menino diz não ter saudades da mãe. “Ele passou a chamar minha atual esposa de mãe”, conta, afirmando que a criança “está bem psicologicamente”.

Ainda de acordo com o pai, apesar da criança ainda não ter passado por um tratamento médico específico, as lesões causadas pelo HPV começaram a reduzir.