A Bolsa de Valores de São Paulo opera em baixa de 1,17%. Dados negativos no mercado externo, com destaque para o corte de empregos na Microsoft, colaboram com o cenário desta quinta. O Ibovespa registra 38.091 pontos. O giro financeiro é de R$ 1,05 bilhão. O dólar encerrou o pregão desta quinta em baixa de 0,68%, cotado a R$ 2,336.
Em Wall Street, os contratos futuros de índices operavam entre ganhos e perdas, mas a queda de 15,5% na construção de novas moradias em dezembro definiu o rumo dos negócios. Há pouco, Dow Jones perdia 1,74%, enquanto Nasdaq recuava 2,55%.
Contribuindo para o pessimismo, os pedidos por seguro-desemprego subiram mais do que o esperado, para 589 mil requisições na semana passada, contra 527 no período anterior.
Notícias ruins também pelo lado corporativo. A Microsoft reportou queda de 11% no lucro do seu segundo trimestre fiscal, que somou US$ 4,17 bilhões, e na seqüência anunciou o corte de 5 mil empregos em 18 meses.
Segundo o gestor de renda variável da Ático Asset Management, Fernando Barbará, o noticiário é todo muito ruim e não há expectativa de melhora no curto prazo.
De acordo com Barbará, os resultados das empresas vão seguir negativos por pelo menos mais dois trimestres, na melhor das hipóteses. O gestor lembra que, por aqui, as empresas nem começaram a divulgar os resultados mais fracos. Isso vai ter início agora com o resultado do último trimestre do ano. "E a expectativa para o primeiro trimestre desse ano é ainda pior."
Câmbio
Deixando de lado a instabilidade externa, a queda nas bolsas e o recuo no preço das commodities, a moeda norte-americana fechou a quinta-feira em baixa ante o real. O dólar encerrou o dia cotado a R$ 2,336, desvalorização de 0,68%.
Durante a manhã, seguindo o movimento de alta das bolsas de valores globais, o dólar atingiu as mínimas do dia, influenciado também pela perspectiva positiva de investidores após o corte da taxa básica de juro brasileira em 1 ponto percentual, segundo operadores.
Embora juro menor pudesse significar menos entrada de dólares no país, analistas disseram que a redução da Selic indica que o país está enfrentando a crise global. Além disso, a taxa básica brasileira ainda é alta se comparada a outros países similares.
Com a piora do cenário externo, entretanto, o dólar chegou a "devolver" a baixa, deixando espaço para a realização de um leilão de venda de dólares no mercado à vista pelo Banco Central.
A autoridade monetária vendeu ainda o equivalente a US$ 1,68 de dólares em um leilão de swap cambial tradicional para a rolagem de contratos que vencem no início de fevereiro.