A Companhia Energética de São Paulo (Cesp) não vai participar do leilão de hidrelétricas de 29 usinas marcado para acontecer no dia 25 deste mês. A Companhia alegou falta de condições financeiras para participar do leilão de forma isolada porque o montante de capital próprio é muito elevado para a empresa.
A Cesp buscava um sócio que entrasse com o capital, enquanto ela cuidaria da operação das usinas e contribuiria com o conhecimento sobre os ativos. No entanto, não conseguiu concretizar as parcerias. “O valore é muito significativo. No caso das Usinas de Ilha Solteira e Jupiá, se considerarmos que a segunda parcela é atualizada pelo Selic, estamos falando de mais de R$ 14 bilhões. É um valor muito expressivo para todos os parceiros que conversamos, tanto nacionais, quanto internacionais. O valor é o mais relevante na decisão”, disse o diretor financeiro da Cesp, Almir Martins, em teleconferência de resultados, realizada na semana passada.
Esse foi o principal motivo que fez a Cesp, que já opera as usinas de Ilha Solteira e Jupiá, a não se inscrever para participar do leilão. “A Cesp não entraria sozinha. Estamos falando de R$14 bilhões e uma parte deveria ser de capital próprio, quase R$ 5 bilhões, e a Cesp não tem condições de entrar sozinha em um negócio desse vulto e assumir os R$ 10 bilhões restantes”, acrescentou o diretor financeiro da Cesp.
O governo federal espera arrecadar R$ 17 bilhões com a cobrança de outorga junto aos vencedores do leilão, dos quais quase R$ 15 bilhões serão oriundos das usinas que pertenciam à Cesp.
Há mais de 30 anos as Usinas Hidrelétricas de Jupiá e de Ilha Solteira são operadas pela Companhia Energética de São Paulo. Entretanto, o prazo de concessão encerrou em julho. A Cesp, por sua vez, continua responsável pela operação das usinas, até a realização do leilão para definir a nova empresa que vai operar as hidrelétricas.