A falta de chuvas prejudicou a cultura do algodão 1ª época no norte e nordeste de Mato Grosso do Sul.
Segundo o diretor-executivo da Associação dos Produtores da Pluma (Ampasul), Adão Hoffmann, o déficit hídrico foi acentuado e algumas áreas ficaram até 60 dias sem precipitação. “Isso prejudicou sim a cultura, principalmente no desenvolvimento do ponteiro do algodão nos locais onde a seca foi mais prolongada”, afirma.
A estiagem, aliada ao intenso ataque de pragas nas lavouras, pode acarretar numa queda de produtividade. Mas as perdas só começarão a ser contabilizadas quando a colheita iniciar.
“O produtor tem ficado atento para manter o controle dessas pragas que acentuam o ataque em um período muito seco, como as moscas brancas. Mas já foram causados danos econômicos de alguma forma pela falta de chuvas. Vamos aguardar as primeiras áreas a ser colhidas para ter um parâmetro”.
O ciclo do algodão 1ª época está perto de ser finalizado nas regiões norte e nordeste de Mato Grosso do Sul. Segundo o informativo fitossanitário, publicado pela Ampasul, algumas áreas já iniciaram a abertura dos capulhos, que são os frutos, e em cerca de 20 dias, devem iniciar a colheita.
Após a colheita, os cotonicultores devem realizar a destruição das soqueiras, que são as raízes e os talos, para evitar danos ao próximo cultivo. Segundo Hoffmann, os cotonicultores enfrentam dificuldades nesta etapa e, por isso, a Ampasul discutiu mudanças no regulamento de Defesa Sanitária Vegetal do Estado, baseando-se na legislação dos estados vizinhos, Mato Grosso e Goiás.
“O termo que se tinha na legislação anterior, dentro do vazio sanitário, não poderiam existir plantas vivas, elas precisaram estar todas mortas, sem nenhum broto vegetativo, o que foi alterado. Agora, temos plantas com risco fitossanitário, que são as que possuem mais de três folhas ou presença de botão floral, e as fora desse risco”, explica.
Zoneamento Agrícola
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), publicou, no Diário Oficial desta quarta-feira (19), o Zoneamento Agrícola de Risco Climático para o cultivo do algodão herbáceo ano-safra 2021/2022.
O algodoeiro necessita para seu crescimento, desenvolvimento e boa produtividade, de condições adequadas de temperatura, umidade do solo e luminosidade. Dependendo do clima e da duração do ciclo, a planta necessita de 700 mm a 1300 mm de precipitação pluvial para seu bom desenvolvimento, sendo que 50% a 60% de suas necessidades hídricas ocorrem no período de floração e formação do capulho.
Vale lembrar que o cumprimento do Zarc é obrigatório para contratação de seguro e de recursos do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro).