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Com aumento de acidentes graves e do fluxo de caminhões, MS quer concessão da BR-262

Relatório que identifica necessidades de investimentos em infraestrutura deve ser entregue até março deste ano

Rodovia corta Mato Grosso do Sul de leste a oeste. - Foto: Arquivo/RCN67
Rodovia corta Mato Grosso do Sul de leste a oeste. - Foto: Arquivo/RCN67

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Dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF) apontam um crescimento de 11,4% na quantidade de acidentes graves na rodovia em 2021 na BR-262. A rodovia, que corta o Estado, teve uma sobrecarga no fluxo de caminhões de cargas com a suspensão na navegabilidade na hidrovia do Rio Paraguai.

Em razão de problemas relacionados ao desgaste da estrada, o governo de Mato Grosso do Sul encomendou um estudo para diagnosticar o que precisar ser melhorado e obter a concessão da rodovia, que será entregue até março de 2022.

Entre os gargalos apontados pelo levantamento estão serviços de manutenção e uma terceira faixa. “A concessão é mais do que necessária, e trará novos investimentos para infraestrutura da rodovia. Os estudos realizados apontam que o volume médio diário ultrapassa 3.800 veículos, volume com potencial crescimento nos próximos anos reforçando a viabilidade econômica da concessão”, pontua o secretário estadual de Produção (Semagro), Jaime Verruck.

Quem utiliza a BR-262 frequentemente tem observado o aumento no fluxo de transporte de cargas e de acidentes graves em alguns trechos.

“O movimento praticamente triplicou nos últimos dois anos, em virtude do pessoal da colheita do eucalipto e também agora, carretas que transportam minério de ferro. São em torno de 500 por dias, já que a hidrovia do Rio Paraguai está inoperante […] tá muito tenso, a gente tem visto muitos acidentes acontecerem”, relata o condutor de ambulância Paulo Rogério de Souza Bernardes.

Acidentes têm sido frequentes na BR-262. Foto: PRF

Dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF) apontam um crescimento de 11,4% na quantidade de acidentes graves na rodovia em 2021. Foram 88 registrados no ano passado e 79 no anterior. O número de pessoas feridas e mortes também aumentaram. Em 2021, foi registrada um óbito a mais que em 2020.

Neste ano, em apenas 20 dias, foram 12 acidentes na 262. No entanto, após o período, mais incidentes graves de trânsito aconteceram, entre eles, uma colisão de dois veículos que resultou na morte de uma família inteira, em Ribas do Rio Pardo. O trecho, que liga Campo Grande à Três Lagoas, é um dos principais de acidentes.

“No começo de janeiro nós registramos um aumento no número de mortes em todo o Estado e a BR-262, no sentido Três Lagoas, teve alguns acidentes bastante graves”, explica o inspetor da PRF, Tércio Baggio.

Em outro trecho da rodovia, na estrada até Corumbá, as reclamações de motoristas são também com relação à situação das estradas. “Acho perigosa e está em péssimas condições. Muitos buracos, desnível no asfalto, falta de sinalização. Eu já sofri um acidente por ali, no trajeto de Campo Grande até Corumbá. Na BR tinha um buraco em que eu bati, perdi o controle do veículo que capotou. Todos ficaram feridos”, conta o assistente de logística, Mario Marcio Fernandes.

Recentemente, outro acidente aconteceu também na região que liga a Capital à fronteira com a Bolívia. A deputada federal Bia Cavassa e mais duas pessoas estavam dentro do veículo que perdeu o controle na rodovia.

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