Para o presidente do Sindicato do Comércio Varejista, Sueide Silva Torres, Três Lagoas é uma cidade que se sustenta economicamente sozinha, independentemente da construção de grandes obras industriais. Embora, no período de construção de grandes empreendimentos como as fábricas de celulose e papel, assim como a de fertilizantes, entre outras com finalidade industrial,a economia da cidade registra aquecimento no comércio em consequência da grande quantidade de trabalhadores que passam a consumir no comércio local ou no setor de prestação de serviço. Entretanto, Sueide entende que Três Lagoas é uma cidade de economia pujante e tem outras fontes para se sustentar, não dependendo exclusivamente de trabalhadores que vêm de outros estados.
De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o comércio de Três Lagoas é o terceiro segmento que mais gera emprego no município. O setor gerava no mês de fevereiro 5.692 empregos formais. Catorze novas vagas foram abertas no comércio local no mês passado. Em 2014, foram mais 230 novas vagas no comércio de Três Lagoas. Situação diferente da indústria que, embora seja o segundo setor que mais emprega, também foi oque mais fechou postos de trabalho em Três Lagoas.
No mês passado, a indústria fechou 51 postos de trabalho. Em 2014, foram menos 321 vagas. De acordo com dados do CAGED, no mês passado Três Lagoas contabilizava 445 estabelecimentos no segmento da indústria de transformação, os quais geram 10.599 empregos formais. Enquanto, que o comércio, conforme o CAGED registra 1.581 estabelecimentos em funcionamento, gerando 5.692 empregos formais. O segmento de serviços é o que mais emprega em Três Lagoas. No mês passado, segundo o CAGED, o setor emprega 16.950 pessoas.
UFN III
De acordo com Sueide, a paralisação da fábrica de fertilizantes da Petrobras e o não pagamento dos créditos aos fornecedores que prestavam serviço para o Consórcio UFN – III, causaram transtornos e prejuízos para alguns empresários. Além disso, o momento econômico que o país enfrenta agrava um pouco a economia, uma vez que a essa instabilidade contribui para essa situação.Mas, apesar das adversidades que considera como passageiras, Sueide ressalta que a cidade está conseguindo manter um ritmo de normalidade no dia-a-dia do comércio.
O presidente do Sindicato do Comércio Varejista citou como exemplo a construção da Usina Hidrelétrica de Jupiá, na década de 1960, quando milhares de trabalhadores vieram para Três Lagoas trabalhar nesta obra. “Quando o empreendimento foi concluído e os operários foram embora, muitas pessoas, segundo Sueide, diziam que Três Lagoas iria “acabar” e que encontraria dificuldades.Mas, pelo contrário, Três Lagoas conseguiu se sustentar economicamente”,destacou.
Passada a fase da construção da usina, Sueide disse que Três Lagoas conseguiu se manter e se desenvolveu muito, bem mais, inclusive, do que outras cidades circunvizinhas, como é o caso de Andradina, Selvíria, Ilha Solteira ,entre outras. “Sempre tivemos uma economia forte pautada na pecuária e no comércio. Basta fazer uma comparação com as cidades circunvizinhas para verificar que Três Lagoas foi a cidade que mais prosperou. Portanto, quando acabar essas grandes obras, Três Lagoas continuará com a economia que sempre lhe sustentou, através da pecuária, do nosso comércio pujante, da prestação de serviços e da indústria”, salientou.