O Índice de Confiança de Serviços (ICS) subiu 1,5 ponto de julho para agosto, registrando a segunda alta consecutiva e atingindo 89 pontos, o maior nível desde os 91,2 pontos de abril último. Em médias móveis trimestrais, há uma reação positiva no indicador, que há quatro meses se mantinha em queda.
Os dados divulgados nesta quarta-feira (29), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV), indicam que o resultado de agosto reflete alta da confiança em 11 das 13 principais atividades pesquisadas.
Para Silvio Sale, consultor da FGV, “o novo aumento da confiança dos serviços em agosto sugere que a fase de queda, observada desde o início do segundo trimestre, pode estar chegando ao fim, reforçando que talvez o momento seja de estabilização da curva de confiança do setor”.
“As avaliações sobre a situação corrente dos negócios apontam para uma estabilidade, enquanto as expectativas apresentam, pela primeira vez em cinco meses, um avanço na margem em agosto. Com isso, permanece a sinalização de uma recuperação moderada na atividade para os próximos meses”, disse.
A avaliação da FGV é de que o componente expectativas é o responsável pela alta da confiança em agosto, uma vez que a avaliação sobre a situação atual permaneceu estável este mês.
O Índice de Expectativas (IE-S) chegou a avançar 2,9 pontos, indo para 91,5 pontos, após cinco meses de quedas sucessivas, voltando ao patamar de maio deste ano, quando fechou em 91,4 pontos. O Índice da Situação Atual (ISA-S) se manteve estável em agosto com os mesmos 86,7 pontos de julho.
Os números da FGV indicam, ainda, que a maior contribuição para a alta do Índice de Expectativa em agosto veio do indicador que mede a demanda para os próximos três meses, que variou 3,5 pontos, indo a 91,4 pontos, após queda em julho.
Dentre os quesitos que compõem o Índice de Situação Atual, houve alta de 0,9 ponto do indicador que mede o Volume de Demanda atual, mas o que avalia a situação atual dos negócios caiu 0,9 ponto.
O Nível de Utilização da Capacidade Instalada do setor de Serviços recuou 1,0 ponto percentual em agosto, indo para 80,7%, o menor nível da série histórica.
Setor terá desempenho moderado
Apesar os resultados apresentados e da melhora do indicador de julho para agosto deste ano, a avaliação dos economistas da FGV é de que o índice de confiança dos serviços, após um primeiro trimestre em trajetória ascendente, “entrou numa fase declinante a partir de abril, não só pela frustração das empresas com o desempenho corrente dos negócios, mas também pela redução das expectativas dada a elevada incerteza que vem marcando o processo eleitoral”.
“Acrescente-se ainda os impactos negativos da greve do transporte rodoviário de cargas no fim de maio para que, passados oito meses, o índice de confiança de agosto esteja praticamente no mesmo patamar observado no final do ano passado”.
A edição de agosto de 2018 coletou informações de 2035 empresas entre os dias 1º e 24 deste mês. (Com informações da Agência Brasil)