O consumidor brasileiro mostrou-se com humor mais positivo no primeiro mês do ano. É o que revelou o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) de janeiro, que subiu 3% na comparação com o mês passado, após registrar alta de 0,5% em dezembro ante novembro de 2008, informou hoje a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Nos três anos anteriores, o índice havia subido em média 1,6% nesta mesma época do ano (janeiro).
Com o resultado de janeiro, que é calculado com base em uma escala de pontuação entre zero e 200 pontos (sendo que, quanto mais próximo de 200, maior o nível de confiança do consumidor), o ICC passou de 97,4 pontos em dezembro para 100,3 pontos em janeiro.
Entretanto, o índice continua a apresentar resultado negativo em outros tipos de comparação. O ICC caiu 14,4% em relação a janeiro de 2008. Em dezembro, o ICC apresentou queda de 19% no mesmo tipo de comparação.
Na avaliação da FGV, apesar da evolução favorável do ICC em janeiro, "o índice ainda situa-se num patamar baixo em termos históricos". Em comunicado, a FGV informou que, no bimestre dezembro-janeiro, o ICC acumulou uma variação de 3,5%, taxa inferior à variação média de 4,2% apurada para o mesmo período nos três anos anteriores. Porém, no bimestre anterior (outubro-novembro de 2008), o índice havia se reduzido em 14%, em comparação com uma média de crescimento de 4,6% registrada nos três anos anteriores, em igual período.
O ICC é dividido em dois indicadores: o Índice de Situação Atual (ISA), que apresentou aumento de 1,2% em janeiro após subir 6,8% em dezembro; e o Índice de Expectativas (IE), que apurou elevação de 4,1% em janeiro após apresentar queda de 2,8% em dezembro. No caso do ISA, em termos de pontuação, o índice passou de 104,8 pontos em dezembro para 106,1 pontos em janeiro. Já o IE subiu de 93,5 pontos em dezembro para 97,3 pontos em janeiro.
O otimismo do consumidor em relação ao futuro da economia nos próximos meses ajudou o ICC a apresentar alta de 3% em janeiro ante dezembro. A FGV comentou que a parcela dos entrevistados que preveem melhora para o cenário da economia local nos próximos seis meses subiu de 18,3% para 22,5% de dezembro para janeiro, enquanto o porcentual dos que projetam piora caiu de 36,3% para 28,1%, no mesmo período.
Em seu informe, a FGV lembrou que esse quesito de projeções sobre a economia para os próximos meses registrou o pior resultado da série histórica em dezembro do ano passado. Mas a fundação alertou, em seu comunicado, que alguns quesitos usados para cálculo do ICC não estão apresentando resultados tão otimistas. A intenção de compra de bens duráveis do consumidor continuou em trajetória descendente, e apresentou, em janeiro deste ano, o resultado mais fraco desde setembro de 2005. Segundo a FGV, na passagem de dezembro para janeiro, a parcela dos consumidores pesquisados que planejam gastar mais com bens duráveis, nos próximos meses, caiu de 14% para 11%, sendo que a dos que pretendem gastar menos aumentou de 34,5% para 35,9%, no mesmo período.
O índice é composto por cinco quesitos da "Sondagem das Expectativas do Consumidor", apurada desde outubro de 2002. O levantamento abrange amostra de mais de 2.000 domicílios, em sete capitais, com entrevistas entre os dias 2 e 22 de janeiro.