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Consórcio UFN 3 demite mais 400 trabalhadores

Nos últimos meses, UFN 3 já demitiu cerca de 3,5 mil trabalhadores

Trabalhadores fizeram exame demissional na manhã de ontem  - Elias Dias/JP
Trabalhadores fizeram exame demissional na manhã de ontem - Elias Dias/JP

O Consórcio UFN 3, responsável pela construção da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados da Petrobras, em Três Lagoas, demitiu mais 400 trabalhadores nesta segunda-feira. A informação é do diretor do Sindicato da Construção Civil Pesada (Sintiespava), José Cleonildo Dias.

Do dia 21 de novembro até a última segunda-feira, portanto, em 11 dias, segundo o diretor do sindicato, o Consórcio demitiu mais de mil funcionários. Contabilizando com os que foram demitidos em outubro e começo de novembro, somam mais de 3,5 mil trabalhadores mandados embora pelo Consórcio nos últimos meses.

Até o momento o Consórcio UFN 3 não se posicionou oficialmente sobre essas demissões, reconhecendo ou não a paralisação da construção da fábrica de Fertilizantes Nitrogenados. Entretanto, a informação dada aos trabalhadores durante as demissões é de que o Consórcio precisa enxugar o quadro de funcionários para reduzir custos. “Eles divulgaram uma lista com os nomes dos trabalhadores que seriam demitidos e falaram que têm que reduzir o quadro”, disse José Raimundo, um dos demitidos nesta segunda-feira. Na manhã de ontem, vários trabalhadores compareceram em dois consultórios de medicina do trabalho para se submeterem ao exame demissional.

Os trabalhadores informam que a obra está praticamente parada por falta de materiais, porque os fornecedores deixaram de atender o Consórcio em razão da falta de pagamento. A dívida do Consórcio com os fornecedores locais soma R$ 11 milhões. Segundo o diretor do sindicato, a intenção do Consórcio é manter um número reduzidíssimo de trabalhadores no canteiro de obras, apenas para preservar os serviços já executados. “Para se ter uma ideia, uma equipe que era formada por 80 trabalhadores, agora só tem 10. Em outra, que tinha 20, agora só está com dois”, explicou.

José Cleonildo disse que o sindicato já esteve reunido com o procurador do Ministério Público do Trabalho para pedir apoio na fiscalização e pagamento de salários gerados com essas demissões. O diretor informou que o Consórcio ainda não efetuou o pagamento dos que foram demitidos no começo no mês passado. “Foi dito que o pagamento será feito nos próximos dias, juntamente com o acerto dos que foram demitidos nesta segunda-feira”, disse o diretor do sindicato.

Na semana passada, um grupo de trabalhadores que foi demitido chegou a acampar em frente ao escritório do Consórcio UFN 3 por causa da falta de pagamento. Diante desta situação e da grande quantidade de trabalhadores que foram demitidos, o Consórcio mudou o seu escritório que funcionava na cidade, para dentro do canteiro de obras da fábrica que fica na zona rural. A Petrobras já divulgou que tem conhecimento do que está acontecendo em relação a fábrica de fertilizantes, e que busca uma solução junto ao Consórcio para que esse empreendimento, que já era para ter entrado em operação, seja concluído.