Visando reduzir custos, o Consórcio UFN 3, responsável pela construção da fábrica de fertilizantes da Petrobras, em Três Lagoas, demitiu cerca de 1.500 trabalhadores na última quinta-feira, conforme divulgado na edição de ontem do Jornal do Povo. Segundo Aldenizio Santos Sales, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil, Mobiliário e Montagem (Sintricom), a empresa informou que a demissões estão vinculadas a orientação para redução de custos nesta fase da obra.
Na manhã de ontem, os trabalhadores foram conduzidos para o Papilon Eventos, para fazer a entrega dos equipamentos de segurança. A rescisão de contrato de trabalho, será feita na próxima semana, conforme prazo estipulado pela empresa. Simultaneamente, os empregados estão fazendo o exame demissional, pré requisito para a concretização da rescisão contratual.
&saiba A reportagem entrevistou vários trabalhadores demitidos, que se mostraram revoltados com a atitude do Consórcio. Segundo esses trabalhadores, na manhã da última quarta-feira, a empresa os reuniu no canteiro de obras para comunicar a demissão em massa. “Não nos deram nenhuma satisfação sobre os motivos da demissão, simplesmente mandaram a gente embora sem qualquer explicação. A gente vem de longe, faz uma programação, chega aqui, acontece isso, uma verdadeira falta de respeito com os trabalhadores”, comentou um dos trabalhadores que preferiu não ter o nome divulgado com receio de não receber os seus créditos trabalhistas.
Ainda de acordo com os trabalhadores, o Consórcio os retirou do alojamento próximo ao canteiro de obras da UFN 3, que fica localizado na zona rural e os trouxeram para a cidade para ficarem hospedados em hotéis e alojamentos da empresa na cidade. Segundo o presidente do Sintricom, se a empresa se comprometer a cumprir com o que foi acordado com os trabalhadores na próxima semana, será tranquilo, caso contrário pode haver tumulto na cidade.
O Jornal do Povo tentou falar com representantes do Consórcio UFN 3, mas eles informaram que somente a Petrobras poderia se pronunciar sobre o assunto. Um funcionário apenas confirmou que houve aproximadamente 1.500 demissões, mas também não informou o motivo. Até o fechamento desta matéria a Petrobras também não tinha se manifestado sobre essas demissões.