Investimentos aplicados para a retomada da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN3), em Três Lagoas, parecem que estão, cada vez mais, saindo do papel, e a reativação da obra se tornando uma realidade. Isso porque a Petrobras aditivou, nesta semana, o contrato com YPFB (Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos) para o fornecimento de 20 milhões de m³ por dia, de gás natural ao Brasil. Dessa forma, segundo a estatal, será possível o fornecimento de gás para abastecer a UFN3. “O contrato que tem validade por dois anos, indica que um eventual abastecimento de 2,5 milhões de metros cúbicos de gás por parte da UFN3, poderia ser suprido com este novo contrato”, observou o secretário estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação Jaime Verruck.
Mato Grosso do Sul tem gasoduto com capacidade total de 30 milhões de metros cúbicos por dia e registrou a passagem média de 14 milhões de metros cúbicos de gás oriundos da Bolívia, por dia, neste ano. Segundo a Petrobras, os termos garantem “o fornecimento em equilíbrio contratual para as empresas e a possibilidade de venda adicional de gás pela YPFB para outros importadores brasileiros. Além disso, há maior segurança e previsibilidade de suprimento de gás ao mercado atendido pela Petrobras”.
A Companhia de Gás de MS (MSGÁS) será a responsável pela distribuição do gás da Bolívia para a UFN3. O aumento na compra de gás também vai potencializar o uso do gasoduto e a arrecadação de ICMS. “A decisão da Petrobras é extremamente importante para o Brasil e impacta na arrecadação do Estado”, destacou Verruck, lembrando que, neste ano, somente em março, o volume chegou a 19 milhões de metros cúbicos, os demais meses ficaram em apenas 14 milhões de m3/dia.
No mês de novembro deste ano, o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, acompanharam uma visita técnica do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, às instalações da fábrica de nitrogenados.
A construção da UFN3 teve início em 2011 e foi paralisada em dezembro de 2014 com 81% de conclusão. Em 2017, a estatal colocou a fábrica à venda e disse que não tinha mais o interesse em continuar no segmento de fertilizantes, mas neste ano, na revisão do Plano de Investimentos, voltou a colocar produtos petroquímicos e fertilizantes como prioridade.
Uma empresa russa chegou a manifestar interesse na compra da fábrica. Negociações foram iniciadas, mas não concluídas porque o Plano de Negócios proposto pelo potencial comprador seria o de adequá-la a uma indústria misturadora de fertilizantes. A fábrica foi projetada para produzir 1,2 milhão de toneladas de ureia e 761.000 toneladas de amônia por ano.