Em um país onde há mais de 9 milhões de desempregados, estão brasileiros como a Rafaela Ribeiro, que é mãe de quatro filhos e única responsável da casa. Para manter as contas em dia, ela encara a informalidade como meio de ver o dinheiro entrar e os compromissos serem pagos. “Faço vários bicos. Auxiliar de cozinha, salgadeira e aqui na cooperativa”, descreve a três-lagoense ao narrar como é o seu compromisso de todas quartas-feiras na Cooperativa Boa Esperança.
A cooperativa é uma da líder Maria dos Santos, que em 2019, começou o projeto do Café da Manhã Boa Esperança e se deparou com dezenas de mulheres desempregadas que necessitavam de uma ocupação.
Desde então, muitas mãos se uniram e o projeto da cooperativa ganhou força e voluntários. Representantes da Igreja Católica, por meio da Diocese, cederam espaço, insumos e até maquinários para que o ofício se tornasse uma realidade.
A cooperativa funciona desde maio deste ano dentro da capela São Geraldo, em Três Lagoas, e é integrada por nove mulheres. Os encontros são semanais e há a produção de 100 pães e 30 roscas. Com a venda, que é responsabilidade dos voluntários da Pastoral da Família, a renda é dividida. Parte do lucro é destinado às associadas e o restante é reinvestido para a próxima fornada. “Aqui é uma cooperativa. Não tem viés comercial. Nossa produção é menor que grandes padarias, mas tudo aqui é feito com amor. Vejo que muitas mães saem daqui com o dinheiro já destinado. Muitas vão direto ao mercado, outras pagam contas”, informou a líder da cooperativa e voluntária.