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Entrevista

Deputado Amarildo Cruz defende que PT tenha candidato ao governo do Estado

Deputado estadual Amarildo Cruz toma posse na Assembleia Legislativa e fala sobre perspectivas eleitorais para próximo ano

Amarildo Cruz assume a vaga de Cabo Almi, falecido em maio - Arquivo/JPNEWS
Amarildo Cruz assume a vaga de Cabo Almi, falecido em maio - Arquivo/JPNEWS

Odeputado estadual Amarildo Cruz (PT), que estava na suplência do cargo, assumiu nesta semana a vaga deixada por Cabo Almi, que faleceu  no final do mês de maio em decorrência de complicações da Covid-19. 
   No Partido dos Trabalhadores (PT) há mais de 30 anos, Amarildo já foi deputado por dois mandatos. 
Em entrevista aos jornalistas Danielly Escher, Ingrid Rocha e Adilson Trindade, na rádio  CBN Campo Grande, que integra o Grupo RCN de Comunicação, Amarildo Cruz falou sobre seu retorno às atividades da Assembleia Legislativa e fez avaliação sobre o PT nos últimos anos. 

Sobre as eleições do próximo ano, defendeu que o partido tenha candidato em Mato Grosso do Sul e disse que Zeca é nome forte para concorrer. “O Zeca vem aparecendo nas pesquisas bem colocado. Então, tem um rescaldo, um lastro político eleitoral que pode nos levar novamente à disputa”, avalia levando em consideração o cenário nacional de disputa para a presidência da República. 

“Temos um cenário de que a eleição nacional acaba influenciando a eleição no nosso quadro. Temos um quadro em que o Brasil tem 25% dos eleitores que votam em Bolsonaro e 75% que não”, defende.

Qual a expectativa com seu retorno para Assembleia Legislativa?
Amarildo: 
Com toda experiência acumulada ao longo do tempo, temos uma identidade que é pública, em relação às bandeiras que sempre defendi. Estou há 38 anos no PT. Vou defender pautas que já venho defendendo, principalmente nesse momento que estamos vivendo, que se fortalecem cada vez mais, até dentro de mim.

O senhor acredita que os projetos que estão em pauta na Assembleia Legislativa são importantes?
Amarildo
Nós temos projetos importantes em todas as áreas. Por exemplo, na Saúde, hoje temos importantes projetos tramitando. Mas há uma série de outros procedimentos e instrumentos do processo legislativo que não têm aquela urgência e aquela importância toda. Acho que uma mudança que tem que se fazer no Legislativo é que se tenha prioridade nos debates e ações legislativas. Ou seja, por exemplo, hoje o que temos de mais importante é o momento de pandemia, temos mais de 460 mil mortos no país, aqui no Estado temos também números alarmantes. E nós temos que concentrar uma escala de prioridade e nosos esforços nisso, saúde. Manter o desenvolvimento, que é fundamental para que as pessoas continuem trabalhando porque tem que sobreviver. E daí por diante, ter uma escala de prioridade. 

O PT já tem nome para eleições de 2022?
Amarildo
Temos um cenário de que a eleição nacional acaba influenciando a eleição no nosso quadro. Temos um quadro em que o Brasil tem 25% dos eleitores que votam em Bolsonaro e 75% que não. Então, dentro desse universo é preciso ter uma articulação forte para se ter um candidato que tenha condições de ganhar essa disputa. Hoje, quem desponta nesse cenário é o Lula, [as pessoas] gostando ou não. (…) Eu defendo que o PT tenha candidato em Mato Grosso do Sul. Quem é? O Zeca  continua sendo um nome forte, vem aparecendo muito bem colocado nas pesquisas. Então, tem um rescaldo, um lastro político eleitoral que pode nos levar novamente à disputa. 

Na sua avaliação, o PT ainda está pagando caro pela corrupção dos principais atores do partido?
Amarildo
Tudo o que aconteceu com o PT, se tivesse acontecido com qualquer outro partido brasileiro, tinha cabado o partido. O PT é o partido preferido da maioria dos brasileiros porque é muito forte a cultura da defesa dos mais fracos, da preservação da democracia, de tudo isso que sempre defendemos na prática. Por isso eu falo que os partidos têm que ser fortes, porque o homem é vulnerável. O ser humano tem defeitos. Em qualquer partido você tem gente boa e gente ruim. Agora, o ideário partidário tem uma força muito grande que pode fazer com que se possa ter disciplina dentro dos partidos. Isso vai acabar com o problema? Lógico que não vai acabar, mas vai inibir. Logicamente que o partido foi prejudicado. Mas, o fundamental disso é que, na grande maioria, são erros infinitamente menores do que um monte de gente em todos os outros partidos. 

A anulação da condenação do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva pode recuperar o prestígio do PT nas eleições de 2022?
Acredito que sim. As pesquisas mostram isso. E com relação à essa questão da condenação, no Direito, ou você é culpado ou é inocente. Não existe meio termo. Se ele deixou de ser culpado, consequentemente, ele é inocente. O tempo vai colocando as coisas no lugar.