A economia brasileira deverá crescer 2,9% neste ano, informa relatório da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad). Apesar da desaceleração, o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) do país será melhor que a média mundial de crescimento, que será de apenas 1% em 2009.
De acordo com o organismo internacional, o crescimento do país ficará acima da média de 2,3% projetada para a América Latina, mas abaixo dos 4,6 % previsto para os países em desenvolvimento. A economia brasileira também terá expansão menor que a de países emergentes, como China (com crescimento estimado de 8,4%), Índia (7%) e Rússia (4,8%).
A previsão da Unctad é mais otimista do que as de instituições financeiras, que apostam em crescimento de 2% no PIB, conforme o Boletim Focus, pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central. As projeções, no entanto, são menos favoráveis que as do governo. O orçamento de 2009 prevê expansão de 4%, mas o Banco Central, no Relatório de Inflação divulgado no final do ano passado, estima crescimento de 3,2%.
Para a Unctad, os principais reflexos do agravamento da crise financeira internacional sobre o país manifestaram-se por meio da retração no crédito, que afetou a produção e as exportações. “Alguns mercados emergentes, como o Brasil, já estão enfrentando um corte severo no acesso ao crédito comercial, enquanto a ameaça de uma reversão repentina no fluxo de capital privado se intensificou”, destacou o documento.
O prognóstico para os países desenvolvidos são de recessão. Conforme o relatório, a economia dos Estados Unidos deve diminuir 1% neste ano, o PIB do Japão cairá 0,3%. Na União Européia, a retração será de 0,5%. Na avaliação do órgão, a maior preocupação para essas economias será a deflação, que provocará não apenas retração no consumo, mas corte de salários e o empobrecimento da economia.
Em relação aos países em desenvolvimento, o organismo avalia que a crise tem efeitos preocupantes sobre os avanços sociais obtidos ao longo da década. “Uma vasta maioria dos países em desenvolvimento está experimentando uma reversão no crescimento robusto registrado de 2002 a 2007, indicando um significativo retrocesso na redução da pobreza conquistada nos últimos anos”, concluiu o relatório.