O Brasil deve ter, em 2030, cerca de 452 mil empregos ligados à eficiência energética, segundo estimativa Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). O cálculo foi feito a partir dos compromissos assumidos pelo país na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP 21). Atualmente, aproximadamente 136 mil pessoas trabalham em ocupações para melhor aproveitamento energético e geração elétrica por fontes eólicas, fotovoltaicas ou de biomassa.
O crescimento das fontes renováveis já tem sido observado nos últimos anos. Entre 2012 e 2018, o potencial instalado de energia fotovoltaica passou de 7,2 megawatts (MW) para 1,3 gigawats (GW), de acordo com dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) mencionados pela CNI. O potencial da energia eólica passou de 2,5 GW para 13,1 GW no mesmo período, segundo dados da Associação Brasileira de Energia Eólica citados no levantamento.
Especialização e novas ocupações
Segundo o gerente educação do Senai nacional, Felipe Morgado, as novas demandas do setor exigem novos conhecimentos para trabalhar na área. “Um aprendizado que a gente teve com a Alemanha é que temos que especializar as profissões tradicionais. Então, os eletricistas, os profissionais de eletroeletrônica, devem fazer especializações para que possam trabalhar na área de eficiência energética e de energias renováveis”, destacou.
Além da especialização em ocupações existentes, o desenvolvimento tecnológico traz ainda vagas em áreas que até pouco tempo não existiam. O Senai estima, por exemplo, que em cinco anos, 10% das empresas do setor de energia solar vão precisar de instaladores de painéis fotovoltaicos. Em 10 anos, a demanda deve partir de até 30% dos empreendimentos do ramo.
Salários melhores
Posições que, de acordo com Morgado, abrem as portas para melhores salários e aumentam as chances de se colocar no mercado de trabalho. “As pessoas que vão se especializando, principalmente nas áreas de eficiência energética e energias renováveis, têm um ganho significativo no salário e ganham novas oportunidades de emprego”, enfatizou.
Entre os egressos dos cursos profissionalizantes para carreiras ligadas a energias renováveis, o índice de empregabilidade chega a 70%. De acordo com o levantamento do Senai, entre os mais de dois terços de ex-alunos que estão trabalhando, 53,6% recebem mais do que dois salários-mínimos, sendo que 20,9% ganham mais do que cinco salários.
Apesar de algumas tecnologias se concentrarem em áreas específicas, como a energia eólica no Nordeste, Morgado ressaltou que outras, como a energia solar, estão presentes em qualquer parte do território nacional. “A energia fotovoltaica está em todo lugar: na casa das pessoas, nas indústrias, nas fazendas. Então, é importante teresse profissional bem qualificado para garantir que não exista nenhum problema na instalação e para fazer a manutenção desses equipamentos”. (Com informações da Agência Brasil)