A Eldorado Brasil está no aguardo da estruturação de capital para iniciar a expansão da fábrica de celulose em Três Lagoas. A empresa já recebeu a licença ambiental que autoriza a expansão da linha atual de 1,5 para 1,7 milhão de toneladas e para a construção da nova linha de produção, com capacidade de até 2,3 milhões de toneladas por ano.
Além disso, na semana passada protocolou no Instituto do Meio Ambiente do Mato Grosso do Sul (Imasul) o pedido da Licença de Operação da nova linha de produção, que só será concedida após o término da construção da obra de ampliação. Em relação a expansão da linha atual de 1,5 para 1,7 milhão de toneladas a empresa informou que já está autorizada a produzir essa nova quantidade. Agora, em relação à construção da nova linha de produção, ressaltou que as obras só serão iniciadas após o processo de estruturação de capital.
Segundo a Eldorado, a mão de obra necessária para a implantação dessa nova linha é estimada em aproximadamente seis mil trabalhadores no período de pico da obra e montagem. E, para a fase de operação dessa segunda linha, devem ser contratados cerca de 380 funcionários.
A Eldorado Brasil, que é controlada pela J&F Investimentos, dona da JBS, vem desde o ano passado tentando buscar recursos para aumentar a produção da fábrica de Três Lagoas.Em agosto deste ano, a Eldorado anunciou a venda de oito fazendas em Mato Grosso do Sul. As áreas somam 83 mil hectares e estão avaliadas em R$ 500 milhões. A principal fazenda ofertada pela Eldorado está localizada no município de Água Clara e, têm, ao todo, 26,5 mil hectares, dos quais sete mil estão cultivados com eucalipto. Pela fazenda, o grupo pede R$ 200 milhões, valor que não inclui a madeira.
Além de não imobilizar recursos em terras, a Eldorado tenta captar recursos para operar uma nova linha de produção em Três Lagoas. Para essa expansão, a empresa prevê investimento de R$ 8 bilhões. Para tanto, já solicitou R$ 1,4 bilhão ao Fundo de Desenvolvimento do Centro-Oeste (FDCO).
Entretanto, conforme já divulgado pelo Jornal do Povo, a falta de aporte financeiro é o que pode atrapalhar o plano de expansão da Eldorado Brasil para ampliar em toneladas o volume da produção de celulose em Três Lagoas.A J&F Investimentos, empresa da família Batista que controla a Eldorado Brasil Celulose e o frigorífico JBS, apresentaram uma proposta de aporte de R$ 2,8 bilhões na empresa que entrou em operação no final de 2012, para os fundos de pensão Previ, Petros e Funcef.
Entretanto, os fundos decidiram não colocar dinheiro na Eldorado Brasil. As principais razões para o desinteresse seriam o elevado nível de endividamento da Eldorado e a maneira como a operação fabril foi estruturada, com uso intensivo de madeira de terceiros, que é mais cara, além de ser transportada em percursos considerados bem distantes até seu destino final onde se localiza o complexo fabril.